Em novembro, mês da Conscientização sobre a Diabetes, um dos temas que merece destaque é o impacto da doença em processos de cicatrização, especialmente após cirurgias bucomaxilofaciais, como as de extração do terceiro molar, popularmente conhecido como dente do siso.
Um estudo publicado no Journal of Oral and Maxillofacial Surgery indica que diabéticos têm de 2 a 4 vezes mais chances no desenvolvimento de infecções. Isso acontece porque os níveis elevados de glicose no sangue podem danificar vasos sanguíneos e nervos, reduzindo o fluxo de sangue e a sensibilidade, e dificultando a chegada de oxigênio e nutrientes às feridas. Assim, o sistema imunológico é enfraquecido e o risco de infecções aumenta. Como resultado, o corpo tem mais dificuldade em curar feridas de forma eficaz.
Segundo o cirurgião bucomaxilofacial Breno Barbosa, após a remoção do siso, é fundamental um controle rigoroso do espaço deixado pela extração, especialmente em pacientes diabéticos.
“Em casos de diabetes descompensada, há uma maior tendência à desorganização do coágulo sanguíneo que se forma nesse espaço, bem como alterações na função das células brancas de defesa. Essas condições podem levar à perda do coágulo, resultando em complicações como alveolite, infecções e atraso na cicatrização. Portanto, um acompanhamento cuidadoso é essencial para prevenir essas intercorrências”, pontuou.
Ainda de acordo com o especialista, em casos graves, a complicação pode evoluir para necrose tecidual. “Para minimizar esses riscos, é essencial uma avaliação minuciosa da condição clínica do paciente antes da cirurgia. Isso inclui a realização de exames complementares, a adoção de técnicas cirúrgicas menos invasivas e um acompanhamento próximo durante o pós-operatório”, explicou Breno Barbosa.
Cuidados pós-operatórios
Além de uma boa higiene bucal, o uso de um glicosímetro em casa para monitorar a glicemia pode ser um aliado importante no acompanhamento pós-operatório de cirurgias bucomaxilofaciais em pacientes diabéticos. Embora este método não seja o mais preciso, ele oferece uma indicação valiosa tanto para o paciente quanto para o cirurgião na fase de recuperação.
“Esse monitoramento contínuo permite ajustes na conduta médica e intervenções rápidas, caso necessário, promovendo uma cicatrização mais eficaz e segura”, finalizou o cirurgião bucomaxilofacial.
Sobre Breno Barbosa
Graduado pela Universidade Tiradentes (Unit) e especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Breno Barbosa é mestre e doutorando em Odontologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Foi coordenador do curso de Odontologia no Centro Universitário Ages (Paripiranga/BA) e, atualmente, é coordenador e professor do curso de pós-graduação (aperfeiçoamento) em Cirurgia Oral no Instituto Gois Aguiar e professor do curso de Cirurgia Oral do Centro de Aperfeiçoamento Profissional (CAP), ambos em Aracaju/SE.
Também é cirurgião bucomaxilofacial do Centro de Tratamento Ortofacial (CTO) e do Serviço de Urgência do Hospital Unimed, onde atua em conjunto com os cirurgiões Dr. Lucas Guerzet e Dr. Mark Jon, na realização de diversos procedimentos, em especial, cirurgias ortognáticas e artroscopia da articulação temporomandibular (ATM).
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Da Assessoria de Imprensa