Denise Gomes, do G1 SE
As cinzas do governador de Sergipe Marcelo Déda, cremado no final da tarde desta terça-feira (3), no Crematório Jardim da Saudade, em Salvador (BA), serão dividas em três partes atendendo ao pedido feito por ele aos familiares. Déda morreu na madrugada de segunda-feira (2), no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde estava internado em tratamento contra um câncer gastrointestinal. Ele lutava contra a doença havia quatro anos.
De acordo com a viúva Eliane Aquino, parte das cinzas, que deve ser entregue à família em dois dias, será jogada ao mar, especificamente em uma praia do litoral Sul de Sergipe, outra parte será depositada aos pés de uma árvore plantada por ele no dia 17 de março de 2005, no Parque Augusto Franco, mais conhecido como Parque da Sementeira, na Zona Sul.
Nesta data, o então prefeito Marcelo Déda, participou na companhia da esposa, do plantio de mudas, que faziam parte das comemorações do 150º Aniversário da capital. A árvore plantada por ele, um Pau-Brasil, está ao lado da plantada pela primeira-dama, um Ipê Roxo. Outras 148 árvores plantadas por personalidades sergipanas compõem o bosque.
Siga o SE Notícias no Twitter e curta no Facebook
“Ele tinha paixão pelo mar, em especial, pelas águas verdes da Praia do Saco, em Estância. Esse foi o primeiro pedido. Além disso, plantamos juntos duas árvores no Bosque dos 150º anos, uma ao lado da outra. E gostaria de pedir a autorização do prefeito João Alves Filho, para a construção de uma pequena capela entre elas onde irei colocar a segunda parte das cinzas”, afirmou.
Ainda segundo Eliane, caberá aos familiares decidirem o destino da terceira parte. “Esse também foi um pedido dele, assim como tudo o que foi feito durante o funeral. Nunca vou esquecer de um dia em que estávamos no hospital, e ele estava extremamente calado. Quando perguntei o que se passava por aquela cabeça, ele disse: ‘Estou pensando no meu enterro’. E daí por diante, ele revelou como gostaria que fizéssemos sua despedida. Mesmo em um momento tão delicado, ele foi superior às adversidades, e brilhante como sempre foi, me disse passo-a-passo quais eram suas vontades. O desejo mais forte era de que o povo pudesse vê-lo e assim foi feito”, disse.
Cremação
Uma cerimônia restrita a familiares e amigos foi realizada no Crematório Jardim da Saudade, no Bairro Brotas, em Salvador (BA), no final da tarde desta terça-feira (3). O governador da Bahia, Jaques Wagner, o senador do PT, Humberto Costa, e o cunhado do político sergipano, o desembargador Edson Ulisses, fizeram homenagens com breves discursos sobre a personalidade de Déda.
Wagner falou sobre as qualidades de Déda e lamentou a morte. “Com muita tristeza. Ele era um jovem de 53 anos, da melhor qualidade. De um excepcional caráter, ótimo pai, filho, esposo e grande político. Fazia política como um sacerdócio. Ele se vai muito cedo, deixando saudades. Era um homem com alegria para viver”, afirmou o governador.
“Ele encantava a todos pelo seu jeito carinhoso e afável. Um homem de intelectualidade. Era uma esperança forte para esse Brasil”, disse o desembargador.
O momento de reflexão, após a descida do caixão, foi marcado pela música “Oração ao Tempo”, de Caetano Veloso.
Além dos familiares, que chegaram com o corpo do governador no avião da FAB, participaram da despedida os senadores Walter Pinheiro e Lídice da Mata (PT-BA), além de outros políticos do partido no estado, entre eles, o vereador Waldir Pires, além do secretário Rui Costa, confirmado como candidato da legenda para as eleições ao Governo da Bahia. Também esteve presente o senador do PT por Pernambuco, Humberto Costa.
Marcelo Déda foi um dos fundadores do PT e morreu aos 53 anos, após quatro anos de tratamento contra o câncer. “A perda é muito grande. Sabia que ele era querido, mas não imaginava que as homenagens seriam tão grandes e tão bonitas. O Estado de Sergipe todo se mobilizou”, disse a viúva Eliane Aquino assim que desembarcou na capital baiana.