Do G1 Rio
O cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, da TV Bandeirantes, teve morte cerebral nesta segunda-feira (10), segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Ele foi atingido na cabeça por um rojão na quinta-feira (6), quando registrava o confronto entre manifestantes e policiais durante protesto contra o aumento da passagem de ônibus, no Centro do Rio.
Andrade sofreu afundamento do crânio e foi submetido a uma cirurgia após ser levado para o Hospital Souza Aguiar, também no Centro. Desde então, estava em coma induzido no CTI da unidade.
A explosão foi registrada por fotógrafos, cinegrafistas e câmeras de vigilância instaladas nas proximades da Central do Brasil. Após a divulgação das imagens, Fábio Raposo se apresentou na 17ª DP (São Cristovão) e confirmou à polícia ter passado o rojão ao homem que acendeu o artefato que atingiu o cinegrafista. No entanto, o rapaz disse, em depoimento, não conhecer o suspeito de lançar o rojão em meio à manifestação.
No domingo (9), após ter o mandado de prisão expedido pela Justiça do Rio, Fábio Raposo foi detido em casa. Ele foi levado nesta manhã para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste. A polícia pedirá que seja feito um retrato falado na tentativa de identificar e localizar o responsável ainda nesta segunda-feira.
‘Destruíram uma família’, diz mulher de cinegrafista
A mulher do cinegrafista, Arlita Andrade, fez um desabafo no domingo (9), em entrevista exclusiva à TV Globo, e disse que “falta amor” às pessoas responsáveis por ferir gravemente seu marido. A declaração foi dada antes da divulgação da morte cerebral do cinegrafista.
“Eles destruíram uma família. Uma família que era unida, muito unida mesmo”, lamentou Arlita Andrade.
Cinegrafista tinha dois prêmios
Espirituoso, homem de riso fácil e dedicado à profissão. Essa é a forma como colegas de trabalho da Band definem o cinegrafista.
Experiente, Santiago trabalhava havia 10 anos na Band, onde participou de diversas reportagens sobre as dificuldades enfrentadas pelos usuários de transporte público na cidade. A cobertura jornalística do tema – que motivou o início dos protestos no Rio em 2013, após o anúncio do reajuste da tarifa de ônibus – lhe rendeu dois prêmios jornalísticos de Mobilidade Urbana, em 2010 e 2012, ao lado do repórter Alexandre Tortoriello.