O presidente da Vale, Murilo Ferreira, durante audiência pública no Senado nesta quarta, 19, em Brasília, ratificou as informações que o Governo de Sergipe divulgara sobre o Projeto Carnalita. O empresário, depois de confirmar que o local escolhido para a fábrica é definitivo, alertou que a Vale aguardará apenas até o próximo dia 28 por uma definição de consenso das autoridades públicas do Estado.
“Se não formos capazes de convencer as autoridades”, acrescentou Ferreira, “poderemos vender o projeto. Poderemos ceder a tecnologia”. A tecnologia para extrair a carnalita das profundezas do subsolo sergipano foi desenvolvida exclusivamente pela Vale para as minas de Capela e Japaratuba, onde o minério será explorado, e não há similar no mundo.
Critérios técnicos
Para sustentar sua explanação, Ferreira convocou o representante da Vale em Sergipe, Francisco Cisne. Conhecedor do tema, o técnico exibiu um mapa com a localização da fábrica, que ocupa território dos dois lados da fronteira das cidades.
Os critérios, definidos após longos estudos técnicos, levaram em consideração aspectos ambientais, comerciais, tecnológicos e logísticos, entre outros. A escolha adotada pela Vale data de 2009, ainda sob a gestão do ex-governador Marcelo Déda.
O governador Jackson Barreto tem sustentado reiteradamente que as decisões sobre a fábrica de potássio (fertilizante sintetizado a partir da carnalita) são todas anteriores à sua gestão. Coube, assim, a Jackson, ao assumir o governo em dezembro de 2013, buscar o consenso e a solução mais adequada ao impasse criado desde que o prefeito Ezequiel Leite, de Capela, recusou-se a assinar a liberação municipal à exploração do potássio.
Divisão proporcional
Por fim, o presidente da Vale mostrou-se disposto a implantar o projeto desde que a proposta consensual seja ratificada pelos poderes legislativos de Sergipe. A posição de Ferreira vai ao encontro da proposta apresentada pelo Governo de Sergipe desde o início das negociações.
Conforme explicou o secretário de Fazenda, Jeferson Passos, “O valor adicionado do ICMS será dividido de maneira proporcional ao minério de cada município”. Para tanto, também conforme anúncio anterior de Jackson Barreto, está prevista a criação de dois centros de distribuição, um em cada município.
Fonte: ASN