Na manhã de quarta-feira (23) foi encontrada uma carcaça de baleia em alto estado de decomposição na Praia da Caueira, região de Abaís, município de Itaporanga d’Ajuda, cerca de 30 km ao sul de Aracaju, Sergipe. A carcaça foi localizada pela equipe do Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-SEAL) executado pela Fundação Mamíferos Aquáticos. A equipe da FMA está no local para fazer a necropsia e avaliação dos dados para buscar a causa da morte e confirma que se trata de uma baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) com 12,1 metros de comprimento.
Entre os meses de junho e novembro, as baleias-jubarte migram das águas geladas da Antártida em direção às regiões tropicais do Brasil para reprodução e nascimento de filhotes. Sergipe está no trajeto dessa rota migratória, o que torna os avistamentos mais frequentes na região durante esse período.

A equipe da FMA esteve no local e fez a coleta de materiais biológicos para investigar a causa da morte – Foto: ascom/divulgação
Conhecidas como “baleias-cantoras” por seus cantos complexos e acrobacias impressionantes, esses gigantes marinhos podem chegar a 16 metros de comprimento e pesar cerca de 40 toneladas. Suas grandes nadadeiras peitorais, que podem atingir até um terço do comprimento do corpo, são geralmente brancas na região ventral, e a coloração única em suas caudas permite a identificação individual de cada animal.
A população de baleias-jubarte no Brasil passou por um grave declínio devido à caça predatória, mas hoje apresenta sinais de recuperação graças a intensos esforços de conservação. Estima-se que atualmente existam cerca de 30.000 indivíduos na costa brasileira. Apesar disso, a espécie ainda enfrenta ameaças como colisões com embarcações, pesca acidental e poluição sonora, o que reforça a importância do respeito às distâncias seguras e às normas de navegação durante os avistamentos. Em caso de encontros com as jubartes, é recomendado registrar com fotos ou vídeos mantendo uma distância segura e informar a Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) pelo telefone (79) 99130-0016.
No Brasil, as baleias-jubarte podem ser vistas do litoral do Rio Grande do Norte até São Paulo, com maior concentração no Banco de Abrolhos, entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo. Em suas jornadas migratórias, percorrem quase 9.000 km entre as águas brasileiras, onde acasalam e cuidam dos filhotes, e a Antártida, onde se alimentam no verão.
A participação da sociedade é fundamental para garantir a conservação dessa espécie emblemática e fortalecer a biodiversidade marinha em Sergipe e em todo o Brasil. Caso você encontre um mamífero aquático encalhado morto, siga estas orientações:
– Não se aproximar ou tocar;
– Evite andar nas proximidades, pelo risco da exposição a carcaça em decomposição;
– Não permitir que animais domésticos se aproximem do local;
– Avisar as instituições responsáveis;
A FMA agradece o apoio recebido da Secretaria de Meio Ambiente e da Secretaria de Serviços Urbanos da Prefeitura de Estância para os procedimentos de destinação da carcaça.
A realização do PMP-SEAL é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama para as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural. O projeto é realizado desde o município de Conde (Bahia) até Piaçabuçu (Alagoas), dividido em três áreas. Sendo a responsabilidade técnica da Mineral Engenharia e Meio Ambiente e execução em Sergipe pela Fundação Mamíferos Aquáticos e Projeto Tamar. Para acionar o serviço de resgate de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, vivos debilitados ou mortos, o contato pode ser realizado pelo telefone 0800 079 3434.
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Aline Gallo | ASCOM FMA