Ato de simulação de vandalismo foi a conclusão do laudo pericial elaborado pela perícia do Instituto de Criminalística apresentado na manhã desta quinta-feira, 30, sobre o caso ocorrido na cidade de Capela no início deste ano, quando na mudança de gestão.
As investigações conduzidas pela delegada Mariana Amorim ainda transcorrem, mas um interrogatório realizado nessa quarta-feira, 29, resultou na confissão de Alexsandro Santos Dantas, como autor do falso testemunho que endossou o inquérito policial. “No dia 2 de janeiro, a atual prefeita Silvany Sukita compareceu à delegacia para registrar boletim de ocorrência informando ter encontrado diversos setores da prefeitura totalmente revirados com caixas de arquivo espalhados, a exemplo da sala da prefeita, da secretaria de obras e do arquivo. A partir de então o inquérito policial foi instaurado para apurar os fatos”, comenta Mariana.
A perícia criminal foi acionada na data de comunicação do fato e após perícia in loco de quase 4 horas, bem como análise pericial que durou cerca de 45 dias, foi possível concluir que houve um forjamento da cena de crime, para que as autoridades policiais fossem induzidas a acreditar que o ato de vandalismo havia sido produzido pela gestão do prefeito Ezequiel Leite. Conforme o perito criminal, André Feitosa, “não houve arrombamento; furto, apesar de as pastas estarem espalhadas; e a faca encontrada na cena do crime não corresponde ao instrumento cortante utilizado para cortar os fios de internet”.
Segundo a delegada Mariana Amorim, Alessandro foi motivado a fazer a falsa comunicação no inquérito policial pela promessa de um cargo na atual gestão. “Ele participou da organização das caixas de arquivo, quando a casa alugada que abrigava alguns documentos da prefeitura foi esvaziada na véspera da mudança de gestão. Os demais envolvidos na mudança confirmaram que houve a realocação e organização dos documentos, mas ele foi o único a comentar que tudo havia sido deixado bagunçado. A confissão foi resultado de diversas contradições tomadas em depoimentos no decorrer dos 3 meses de investigação”.
Com o laudo pericial e a confissão do servidor, as investigações adquirem novos aspectos quando deixam de apontar funcionários da antiga gestão como autores do ato de vandalismo e passam a tender para a gestão conduzida pela prefeita Silvany Sukita. “Não há aqui alguma manifestação política tendenciosa. A Polícia Civil busca a verdade dos fatos, independentemente de qualquer ato político, tanto que há inquéritos instaurados para apurar fatos das duas gestões. O nosso objetivo é a prestação de contas à sociedade”, ressalta o delegado geral, Alessandro Vieira.
Novos desdobramentos
A encarregada do caso esclarece que o cabe à Delegacia de Capela é afirmar se houve ou não ato de vandalismo. Os desdobramentos em relação a crimes contra a administração pública serão investigados pelo Departamento de Crimes contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap).
“Após a comunicação do ato de vandalismo, por exemplo, foi possível por parte da gestora aprovar um estado de emergência no município que ensejou em contratações temporárias, locações de prédios, veículos. Diversos serviços executados e com a utilização de recursos públicos sem o devido rigor proporcionado por uma licitação”, ressalta a delegada.
As investigações continuam, outras pessoas deverão ser ouvidas nos próximos dias. E somente após a conclusão serão encaminhados os devidos desdobramentos.
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Matéria extraída da SSP/SE