Sergipe se prepara para mais uma campanha contra a hanseníase, tracoma e verminoses, incluindo a esquistossomose. É a quarta edição da campanha conjunta para as quatro doenças, sob a orientação da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Os municípios devem iniciar os trabalhos com a Semana de Mobilização, que será realizada entre os dias 22 e 26 de agosto, chamando atenção da população para a importância da detecção e do tratamento precoce dessas doenças. As ações seguirão até o mês de setembro, mas o sistema do Ministério da Saúde estará disponível até o final do ano para as prefeituras.
De acordo com a gerente do Núcleo de Doenças Transmissíveis da SES, Mércia Feitosa, as atividades da campanha serão divididas por etapas e terá o apoio das Secretarias Municipais de Educação.
No caso das verminoses, as escolas devem enviar aos pais um documento para que eles autorizem que a criança receba a medicação. “Precisa haver uma articulação entre a Atenção Básica, que será executora das ações, diretores e professores das escolas, além das famílias. A alta infestação de verminoses causa anemia, que pode ter como consequência para a criança um déficit de aprendizagem. Por isso, o tratamento é importante”, frisa.
Para a hanseníase, a campanha terá como foco a detecção de novos casos, especialmente em menores de 15 anos. A escola também enviará aos responsáveis uma ficha, chamada de ‘autoimagem’, onde eles poderão representar em uma figura se e onde seus filhos possuem algum tipo de mancha.
“A criança que tiver indicação será avaliada pelo médico e enfermeiro na Unidade Básica de Saúde. Sendo identificada a doença, ela será tratada”, complementa, lembrando que os familiares dessa criança também serão examinados e tratados, se houver necessidade.
Os municípios que têm pessoas habilitadas para fazer o teste para tracoma também realizarão os exames nas crianças. Sendo encontrado o bacilo causador da infecção, ela será tratada, também na Unidade Básica de Saúde, assim como a família. “No caso da esquistossomose, a campanha ocorrerá somente nas cidades que têm uma prevalência acima de 25% para a doença. Nessas localidades as escolas receberão as ações, as crianças serão pesquisadas e o tratamento realizado”, informa Mércia Feitosa.
Fase preparatória
Na próxima quarta-feira, 20, haverá uma reunião com representantes das Vigilâncias Epidemiológicas de cada município para que as últimas diretrizes sejam passadas. Segundo a gerente do Núcleo de Doenças Transmissíveis, o estado está na fase preparatória, de entrega da medicação e apresentação dos formulários que as equipes municipais deverão utilizar.
“Sergipe está classificado como alto risco endêmico para hanseníase, com uma taxa de detecção em menores de 15 anos de 3,10/100.000 habitantes em 2015, uma média de 350 casos novos/ano”, lamenta Mércia Feitosa.
Para ela, a campanha ainda não está conseguindo captar essas crianças dentro das escolas, por isso a necessidade de ampliar o olhar dos profissionais de educação e da família para a importância de detectar esses casos precocemente.
“Temos o registro de crianças menores de 15 anos com um grau de incapacidade física ou deformidade, o que não ocorreria se a doença fosse detectada e tratada de forma precoce. Por isso, pedimos que todos os profissionais envolvidos na campanha atuem de maneira constante para conscientizar essa população”, conclui.
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Matéria extraída do Portal Agência Sergipe de Noticias.