A Sessão Especial desta segunda-feira, 26, promoveu uma discussão sobre condições de trabalho e o salário das categorias de radialistas e jornalistas do estado. O assunto partiu de um requerimento da vereadora Emília Corrêa (DEM).
Para embasar o tema, foram convidados o presidente do sindicato dos radialistas, Fernando Cabral e a presidente do Sindicato dos Jornalistas (Sindjor), Karoline Rejane Souza Santos.
Emília Corrêa justificou a realização da sessão por observar os problemas financeiros e a desvalorização da categoria. “É nosso dever discutir sobre esse assunto, pois devemos reconhecer o valor desses profissionais”, afirmou.
Fernando Cabral lamentou o fato de ter que voltar a Tribuna da Casa não para comemorar, mas sim reivindicar por um salário mais justo. “Nós do sindicato todos os anos cedemos a pauta de reivindicação e a classe patronal não avança”, ressaltou.
De acordo com Fernando Cabral, a categoria vem lutando por um reajuste de 12%, reclama da intransigência da classe patronal e dos baixos salários dos profissionais de comunicação.
O presidente relatou ainda uma ameaça que a presidente do Sindjor sofreu por parte de um empresário da comunicação de que “se houver reajuste haverá demissão em massa de jornalistas”.
Karoline Rejane disse que a situação não é fácil para os jornalistas. “Sergipe é o terceiro pior do país. Há anos as duas categorias lutam por valorização profissional e esbarramos na insensibilidade dos patrões”, apontou.
A presidente do Sindjor afirmou que dentro da pauta uma reivindicação de auxílio creche e gratificação aos profissionais que têm especializações. “Não é justo que os jornalistas recebam R$ 1.181 e a classe patronal pague em torno de R$ 15 mil num anúncio de jornal”.
Discussão
O jornalista George Whashington, ao se pronunciar durante a sessão, pontuou que não tem como ignorar que a luta de classes permanece, onde os patrões querem maximizar seus lucros e os profissionais querem reduzir suas perdas salariais. “Não dá para desprezar o papel fundamental dos jornalistas e radialistas na Câmara Municipal de Aracaju, pois se não houver a imprensa, a sociedade não saberá o que está acontecendo nesse espaço”, opinou.
Também envolvido na questão, o radialista Alex Carvalho tratou da realidade vivida pelos profissionais do estado. “Muitos de nós não têm casa própria e precisa pagar aluguel. Se temos pauta em lugares como Assembleia Legislativa e na Câmara, temos que andar bem vestidos e as mulheres maquiadas. Além disso, precisamos fazer feira no supermercado e tudo isso com uma renda mensal de R$ 1.030”, lamentou.
Por: Viviane Cavalcante -CMAJU