Do G1, em São Paulo
O brasileiro paga o maior valor pelo minuto do celular do mundo, apontou o relatório “Medindo a Sociedade da Informação”, produzido pela União Internacional das Telecomunicações (UTI), órgão da ONU, e divulgado nesta segunda-feira (7).
O minuto da ligação entre duas linhas de operadoras diferentes custa US$ 0,74, para medições fora do horário de pico. Já para chamadas entre linhas de uma mesma operadora o custo é US$ 0,71. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o celular é o serviço de telefonia presente em mais da metade das casas dos brasileiros.
O custo em Hong Kong é menor do mundo: o minuto custa US$ 0,01. O levantamento da ONU considerou 161 países –as tarifas brasileiras consideradas foram as praticadas em São Paulo. Nos Estados Unidos, o minuto do celular custa US$ 0,27.
O país também possui a maior tarifa para ligações de celular para telefone fixo, de US$ 0,74 o minuto fora do pico.
Segundo o SindiTelebrasil (sindicato das operadoras de telecomunicações), o levantamento da UIT “considera planos que não são praticados no mercado brasileiro”, afirmou em nota.
Os dados foram apresentados em evento conjunto com a Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel), em Brasília. Para as operadoras, o órgão da ONU coletou dados cedidos pelas empresas apresentados como “preços máximos”.
Não é só no preço do minuto de celular que o Brasil ocupa o topo no ranking. Os preços de envio de SMS no país, de US$ 0,23 por envio, só não são maiores no mundo do que os da Espanha e Turquia, que cobram US$ 0,25. Já nos Estados Unidos, quarto mais caro, o torpedo custa US$ 0,22.
Segundo a UTI, o brasileiro gasta em média 2% da renda mensal bruta com serviços de internet banda larga. O preço médio cobrado no país é US$ 17,80, quase R$ 40.
Dados mundiais
De 2008 a 2012, a média do preço do megabit por segundo no mundo caiu de US$ 70,1 para US$ 19,5, segundo o estudo. Nos países em desenvolvimento, o valor caiu de US$ 141 em 2008 para US$ 38,9 em 2012.
O número de países oferecendo internet banda larga com velocidades de 2 Mbit/s ou maior cresceu de 9% em 2008 para 27% em 2012. Cuba é o país com a internet mais cara do mundo, enquanto Macau oferece os serviços mais baratos.
De acordo com a pesquisa, 2,7 bilhões de pessoas em todo o mundo, cerca de 40% da população, acessam a internet. São mais de 750 milhões de casas conectadas.
O mundo tem 6,8 bilhões de contas de celular e 2 bilhões de contas de acesso à internet móvel. 50% da população mundial vive em uma área com cobertura 3G.
Desenvolvimento
O estudo aponta que o país está na 62ª posição no índice de desenvolvimento em tecnologia da informação e comunicação (IDI), criado pela UIT. Em um ano, o país cresceu 0,41 ponto. A pesquisa constatou avanços tanto no acesso quanto no uso de novos serviços de tecnologia da informação e comunicação.
A proporção de casas com computador cresceu de 45%, em 2011, para 50%, em 2012. O volume de casas com acesso a internet subiu de 38% para 45% no período, impulsionado, de acordo com o relatório, pelo Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). O plano do governo federal tem objetivo de levar internet com velocidade de pelo menos 1 Mbps (Megabit por segundo) a 40 milhões de brasileiros até 2014.
A penetração da banda larga no Brasil, segundo a UIT, chegou a 37% em 2012 –era de 22%, em 2011. Ao lado do Brasil, os países que mais tiveram crescimento nos índices de desenvolvimento no setor estão Líbano, Emirados Árabes, Barbados, Omã, Costa Rica, Bielorússia, Estônia, Barein e Israel.
No continente americano, o ranking da UIT é liderado pelos Estados Unidos e Canadá. Ocupando a nona posição, o Brasil perde para Barbados, Uruguai, Antigua e Barbuda, Chile, Argentina e Costa Rica. Já a lista mundial é liderada pela Coreia, seguida de Suíça, Islândia, Dinamarca e Finlândia.