Nos últimos quatro meses o Banco de Leite Humano (BLH) Marly Sarney recebeu apenas 50 doações, provenientes do posto de coleta da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) e de mulheres que realizam doações em domicílio. A unidade, gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), é referência estadual em serviço de banco de leite e atua na captação e na distribuição do leite materno para bebês de alto risco e prematuros da própria MNSL. O serviço também atende filhos de mulheres que têm dificuldade.
De acordo com a coordenadora do BLH, Thereza Cristina Azevedo, o serviço precisa do apoio de mulheres solidárias que tenham leite em excesso, ou seja, que possuam, em primeira instância, o suficiente para amamentar seus próprios bebês e para doar. “Recebemos mães provenientes de todo estado. Quando se dispõem a doar, elas precisam estar amamentando, não estar ingerindo bebida alcoólica ou medicação que prejudique a amamentação”.
Thereza Azevedo analisa que, na maior parte dos casos, a mãe chega até o Banco de Leite em busca de auxílio para o aleitamento, seja em função de um processo inflamatório na mama ou mesmo de uma necessidade fisiológica. Ao ter acesso à unidade ela é recebida por uma equipe multidisciplinar formada por pediatra, enfermeiro, nutricionista, assistente social e psicólogo.
“A primeira opção a ser considerada pelas equipes do BLH é o auxílio dado para o aleitamento materno, em especial, para as que são mães pela primeira vez. Geralmente, ela vai ao banco para obter auxílio e isso não significa que precisa, necessariamente, fazer o cadastro de doadora. Sobretudo, as dificuldades que ela está enfrentando no processo da amamentação serão resolvidas pela equipe multidisciplinar atuante e, na oportunidade, se quiser e puder se tornar doadora, a receberemos com alegria na unidade para este fim”, ressaltou.
As principais dificuldades na amamentação enfrentadas pelas mães que se dirigem ao BLH são provenientes de fissuras mamárias, posicionamento errado do mamilo, processos inflamatórios e ingurgitamento mamário, o popular “leite empedrado”, que é ocasionado pelo excesso de leite nas mamas.
A enfermeira do BLH, Patrícia Farias, destaca que em função do Dia Mundial da Doação de Leite Humano, comemorado na sexta-feira, 19, os profissionais do BLH promoveram rodas de conversa com as mães que se dirigissem à unidade naquele dia. “A equipe multidisciplinar esteve acolhendo as mães que recorreram ao BLH e, na ocasião, esclarecendo possíveis dúvidas sobre aleitamento materno, no sentido de auxiliá-las na resolução de problemáticas comuns no processo de amamentação”, declarou.
MNSL
Vinculado à MNSL, o BLH atende toda Rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e especialmente às mães atendidas na maternidade, que recebem para seus bebês o leite humano colhido no Banco. Ao passo que também doam no posto de coleta ou sala de manejo localizados na própria MNSL e após alta médica, elas são convidadas a efetivarem cadastro no BLH para que se tornem doadoras, se estiverem aptas.
Segundo a gerente local do BLH, Acácia Carvalho, caso não tenham como ir até o Banco de Leite, as mães podem solicitar visitas de profissionais em domicílio para efetivação do cadastro. As parturientes que não passaram pela MNSL e que desejam doar também podem solicitar visitas domiciliares, tanto para efetivação de cadastro quanto para doação de leite humano, se aptas, e desde que também não haja condições de locomoção dessa doadora.
Atendimento em domicílio
“Ao chegar até as residências das mães já aptas a doar leite humano, conforme capacidade das mesmas e avaliação do pré-natal, recebem orientações sobre aleitamento e recipientes esterilizados para retirar o leite (ordenhar). O BLH se responsabiliza pela coleta do material. A periodicidade das doações depende da quantidade de leite disponível nas mães, considerando a prioridade dada à amamentação do próprio filho”, garantiu Acácia.
O BLH possui infraestrutura que compreende sala de recepção, ambulatório, onde são realizadas as consultas pediátricas; Sala de Manejo para colhimento, avaliação e manejo; Sala de Coleta de Leite Humano, onde são recebidas as doações provenientes da MNSL e externas (de outras mães); Sala de Processamento de Leite Humano, onde acontece a pasteurização; Sala de Esterilização de Material, entre eles, copos e vidrarias; Sala de Gerência e Administrativa. Com a equipe multidisciplinar especializada, o BLH funciona com atuação de 27 profissionais.
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Por ASN