A Assembleia Organizativa e Virtual dos bancários e bancárias do Estado de Sergipe, realizada na noite desta terça-feira (25), deliberou por ESTADO DE GREVE e de ASSEMBLEIA PERMANENTE da categoria para avaliar eventuais mudanças nas negociações. Com 400 inscrições, o evento online registrou 301 participantes.
As assembleias da categoria ocorreram em todo o país. Em plena campanha salarial, a categoria pressiona os banqueiros a não retirar direitos garantidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Nesta quarta-feira (26), às 14h, o Comando Nacional d@s Bancári@s terá nova reunião com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). O Comando vai cobrar avanços nas mesas específicas, por bancos, e ainda negociar as cláusulas sobre saúde e condições de trabalho.
Em Sergipe, na abertura da assembleia, a presidenta do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEBB/SE), Ivânia Pereira informou as dificuldades nas rodadas de negociação e pontuou as principais contrapropostas da Fenaban, que insiste em não conceder reajuste nos salários por dois anos.
Com mesa única e durante a 11º rodada de negociação, o Comando Nacional d@s Bancári@s se recusou a aceitar propostas de retirada de direitos e de reajuste zero. Na longa reunião virtual de hoje (25.08), a Fenaban propôs um abono de R$ 1.656,22 para este ano e de R$ 2.232, 75 para 2021. A Fenaban também manteve a proposta da figura do abono salarial, que não repõe metade da inflação do período. Quanto a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a proposta foi reelaborada e ficou bem pior, segundo as lideranças sindicais. O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a nova proposta na mesa. Hoje à noite, os sindicatos realizaram assembleias organizativas para avaliar as negociações e definir as próximas ações de mobilização.
De acordo com Ivânia Pereira, não há possibilidade de acordo nesta campanha salarial como quer os banqueiros. “A nossa categoria está trabalhando em risco de contaminação pelo Covid-19. Além disso, os nossos patrões, os bancos, são os que vêm mantendo lucros fabulosos mesmo com toda crise financeira. Ainda assim, os negociadores dos bancos insistem na retirada de direitos. Continuam querendo mudar a regra da PLR. E a proposta da Fenaban de abono sem índice, significa impor uma perda nos salários. Não há possibilidade de acordo de dois anos com abono. Não sabemos qual será a inflação do ano que vem”, afirma Ivânia Pereira que vem participando das rodadas de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e Fenaban
A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Juvandia Moreira, no site da entidade, disse que estranhou o fato de a Fenaban querer mudar a regra para a PLR, que já prevê um repasse menor quando o lucro também for menor. “A PLR vai ser reduzida naturalmente, @s bancári@s vão ter uma redução média de 25%. Parece que os bancos imaginam que a gente não sabe fazer conta. Os bancos só querem jogar com as atuais regras quando estão ganhando? Quando não ganham tanto, querem outras regras?”, questionou a liderança.
Na proposta de PLR feita nesta terça-feira pelos bancos, apesar de terem retornado alguns valores fixos aos patamares atuais, os bancos mantêm a redução do percentual da parcela adicional e a redução do acelerador da regra básica. Além disso, trouxeram uma questão nova que não havia surgido nas outras propostas: uma limitação do valor que os bancos poderão gastar com PLR ao mesmo percentual distribuído em 2019. Como em 2019, os lucros dos bancos bateram recordes, os percentuais deste lucro distribuídos foram pequenos.
Agora os bancos querem replicar esses percentuais pequenos, mas em cima de um lucro inferior, o que irá piorar ainda mais o valor que os bancários receberiam este ano. Na primeira proposta da Fenaban, no dia 14, os 3 maiores bancos privados distribuiriam em média 6,8% de seus lucros líquidos. Na segunda proposta, no sábado (22), esse percentual aumentaria para 6,9%. Já na proposta do último dia 25, em função da inclusão do limitador o percentual distribuído seria de 6,2%, que foi o patamar de 2019. Veja as diferenças para o salário médio da categoria:
Os bancos também insistem com a proposta de reduzir os limites de distribuição do lucro líquido. Na atual Convenção Coletiva de Trabalho, esse limite mínimo é de 7% (5% de regra básica mais 2,2% de parcela adicional) e o limite máximo de 15% (12,8% de regra básica mais 2,2% de parcela adicional). Os bancos propõem uma redução de 0,2% nas parcelas adicionais, seja no limite mínimo ou no máximo. “Para os bancos pode ser pouco, mas uma vírgula significa 500 reais a menos para os bancários e suas famílias”, comentou a presidenta da Contraf-CUT sobre essa proposta.
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Por Déa Jacobina Ascom/SEEB/SE. FONTE: Portal da Contraf