A tapioca, uma delícia típica da região norte e nordeste, também está conquistando o paladar de quem vive no Sul e Sudeste do país e dando novo impulso à produção no campo.
Fécula de mandioca, goma, polvilho, tapioca… Esses são alguns dos muitos nomes dados pra o pozinho precioso, que hidratado e peneirado, ganha forma na chapa quente.
Vai bem com doce, salgado, e pode levar o recheio que o consumidor quiser. Em São Paulo, já existem casas especializadas no preparo da iguaria, que até pouco tempo atrás só frequentava cardápios do Norte e Nordeste.
“Mês a mês a gente vem notando um crescimento de vendas e um crescimento de consumo da tapioca. Caiu no gosto do paulistano definitivamente”, diz Antonio Raymundo, dono de uma tapiocaria.
Nos supermercados é possível encontrar a goma da mandioca hidratada, pronta para ir pra frigideira. Tanta praticidade fez muita gente trocar o pãozinho pela tapioca no café da manhã.
Esse aumento no consumo já mexeu com os negócios no campo. Na lavoura de mandioca do agricultor José Domingos, no município de Campo do Brito, agreste de Sergipe, a colheita é feita uma vez por semana.
Em plena entressafra, o agricultor está aumentando a produção. Em um hectare de área plantada, ele consegue colher uma tonelada de mandioca por mês, 30% a mais que em 2012.
Foi o clima que deu aos produtores de mandioca de Sergipe, condições para colher o ano inteiro, inclusive na entressafra, que vai de dezembro a março. Nos últimos dois anos choveu com mais regularidade e com intensidade moderada, o que é bom para o desenvolvimento da planta. Além disso, a procura pela raiz também aumentou. “O comércio aumentou muito e aí ficou bom para vender” afirma José dos Santos.
Até pouco tempo, toda a produção que vinha do campo era destinada diretamente à fabricação da farinha. Agora, isso está começando a mudar. A mandioca passa por outro beneficiamento para extrair uma goma, conhecida também como tapioca.
O processo começa com a raiz descascada, depois a mandioca é triturada e vira uma massa. Ela é misturada com água, peneirada e em seguida descansa por cerca de quatro horas.
O produtor José Martins recebe por semana dez toneladas de mandioca. Até pouco tempo ele só fazia farinha e agora resolveu diversificar e hoje faz também a tapioca. “Depois que começamos a fazer a tapioca, a renda melhorou”, diz José Martins, dono da casa de farinha.
No município de Campo de Brito existem 350 casas de farinha e todas fabricam a tapioca. Em uma cooperativa de produtores de tapioca foram contratadas cinco funcionárias para dar conta dos pedidos. Elas entregam a tapioca embalada a vácuo. É tanto serviço que é preciso fazer hora extra.
Nos últimos dois anos, a produção de tapioca em Campo do Brito aumentou de 18 para 30 toneladas ao mês. “Com uma tonelada de mandioca eu consigo fazer de 250 a 260 quilos de farinha e 35 a 40 quilos de tapioca, então eu ganho fazendo os dois produtos ao mesmo tempo”, explica Paulo Conceição, diretor comercial da cooperativa.
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Informações do Portal Globo Rural.