André Avelar, do R7, no Rio
O popular canto de “o Maraca é nosso” ganhou sotaque hermano na noite deste domingo (15). Torcedores da Argentina invadiram o Maracanã, no Rio de Janeiro, para acompanhar a vitória da sua seleção sobre a Bósnia-Herzegovina por 2 a 1, em partida válida pelo Grupo F da Copa do Mundo. O estádio parecia mais o pulsante Monumental de Núñez ou até mesmo o caldeirão de La Bombonera, sobretudo, depois do golaço do craque Lionel Messi.
Com imensa ajuda dos brasileiros, ainda era possível ouvir gritos de “ole, ole, olá, Bósnia, Bósnia”. Mesmo os autênticos torcedores do país do leste europeu presentes no estádio se surpreenderam com a rivalidade e logo o apoio dos anfitriões. A competição saudável entre as torcidas até quase o final do jogo se mostrou só um atrativo a mais para uma partida para lá de movimentada.
Mas quem torcia contra percebeu logo de cara que a tarefa não seria mesmo das mais fáceis. Messi levantou na área aos dois minutos de jogo, o lateral-esquerdo Rojo desviou de cabeça, Kolasinac se atrapalhou todo com a bola e jogou contra o próprio gol. A festa que tinha começado ainda nas ruas cariocas tomou conta também do estádio.
Alguns dos principais nomes da ofensiva bósnia, Hajrovic, Misimovic e Spahic mostraram que a seleção é feita de muito mais que nomes curiosos aos ouvidos brasileiros. O goleiro argentino Romero foi obrigado a trabalhar bastante ao longo do jogo. Na metade do segundo tempo, o gol da estreante Bósnia parecia questão de tempo, contra uma defesa desarrumada.
O problema é que do outro lado tinha um Messi inspirado. Em sua primeira vez no Maracanã, o melhor jogador do mundo de 2009 a 2012 tinha de deixar o seu. Foi o que fez assim que começou a ouvir provocativos sons de “Neymar, Neymar” vindos da arquibancada. Aos 19 minutos do segundo tempo, Messi procurou a tabela na intermediária e ao seu melhor estilo, com a bola colada nos pés, se livrou um a um dos pobres marcadores e chutou com precisão. A bola caprichosamente ainda bateu na trave e correu a linha de gol antes de tocar a rede lateral. Um golaço para compensar o pouco que havia feito em Copas do Mundo.
O atacante Ibisevic, que havia acabado de entrar, ainda teve a honra de marcar o primeiro gol de sua seleção em Copas do Mundo. Pouca gente viu, assim como os poucos que arrumaram confusão no estádio e tentaram estragar a festa.
O Maracanã, hoje de argentinos, brasileiros e bósnios, se curvou aos pés de Messi. O craque deixou o campo aplaudido de pé para alegria dos amantes do futebol seja lá em que estádio for. O próximo compromisso dos hermanos écontra o Irã, em Belo Horizonte (MG). Também no sábado (21), a Bósnia encara a Nigéria, em Cuiabá (MT).