O ex-deputado estadual Raimundo Vieira, o Mundinho da Comase, deixou o Hospital São Lucas no início da tarde desta sexta-feira (31) e retornou para a Delegacia Plantonista, em Aracaju. Ele passou mal na manhã e foi levado para o hospital para realizar uma bateria de exames.
O ex-deputado foi preso preventivamente há três dias e fechou um acordo de delação premiada onde ele já prestou depoimento à Polícia Civil no Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap) e no Ministério Público do Estado (MPE). Mundinho revelou como funcionava o esquema de desvio milionário e citou nomes de outros deputados que também teriam utilizado a Associação Ala Jovem de Lagarto para intermediar a fraude.
Caso subvenções
O repasse e uso das verbas de subvenções são investigados em várias esferas. Na eleitoral, pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) do Ministério Público Federal (MPF) porque a destinação do dinheiro aconteceu em 2014 (ano eleitoral); na criminal, pela Polícia Civil que instaurou inquéritos para apurar a aplicação do dinheiro e improbidade administrativa, pelo Ministério Público Estadual (MPE) que ajuizou Ação Civil Pública (ACP) contra alguns suspeitos pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
“Cada uma das instituições está fazendo a sua parte na investigação desse escândalo gigantesco. As provas mostram claramente que houve um desvio milionário de dinheiro e o que estiver ao alcance da Polícia Civil nós tomaremos todas as providências para apurar as evidências como deve ser”, garante a delegada do Deotap.
Segundo o MPF, alguns deputados estaduais desviaram verbas de subvenções que deveriam ser destinadas a instituições filantrópicas para benefícios em campanhas políticas. Com isso, o órgão abriu procedimentos para investigar os casos. Em dezembro de 2014 a PRE ajuizou 25 ações contra 23 deputados da legislatura vigente à época e uma ex-deputada. O levantamento inicial identificou, segundo a Procuradoria, um desvio de cerca de R$ 12 milhões.
Do G1 SE