Na última terça-feira (7), o vigilante Douglas Alves, de 30 anos, morreu após ser atingido por um equipamento de extração de petróleo em uma estação localizada no povoado Bonfim, no município de Divina Pastora, Sergipe. O SE Notícias apurou que ele trabalhava há nove anos para a empresa NC Segurança, que presta serviços para a Carmo Energy. Segundo familiares, Douglas realizava uma ronda noturna quando percebeu um vazamento de petróleo em um dos cavalos mecânicos parados. Ao se aproximar para verificar o problema, foi atingido pelo contrapeso do equipamento no tórax. Ele deixa esposa e uma filha.
A tragédia gerou comoção e trouxe à tona irregularidades nas operações da Carmo Energy. Após o acidente, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE) enviou uma equipe de fiscalização ao local e constatou que a empresa opera de forma irregular no estado desde 2022.
Denúncias e autuações anteriores
Segundo o Crea-SE, a Carmo Energy não possui registro ativo no conselho nem apresentou seu quadro técnico de funcionários, exigências fundamentais para garantir que as operações estejam sob a supervisão de profissionais habilitados. “O registro da empresa e do quadro técnico é imprescindível para identificar os responsáveis pelas atividades da empresa no estado. A Carmo Energy já foi notificada e autuada, mas não se regularizou até o momento”, afirmou o conselho em nota oficial.
Além disso, o campo de extração estaria funcionando sem nenhum responsável técnico designado no momento do acidente. O Crea também revelou que, em outubro de 2022, a Carmo Energy foi alvo de outra denúncia, desta vez junto à Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema). A fiscalização realizada à época resultou em mais uma autuação por infrações.
O que diz a Carmo Energy
Por meio de nota, a Carmo Energy afirmou estar devidamente inscrita no Crea-SE e que o processo de indicação de um representante técnico está em fase de análise e conclusão administrativa. No entanto, a declaração não foi suficiente para conter as críticas sobre a falta de regularização e as condições de segurança nas suas operações.
Implicações e investigações
O caso levanta questionamentos sobre a fiscalização das atividades industriais e a segurança dos trabalhadores em ambientes de alto risco. Para especialistas, a ausência de um responsável técnico não apenas viola normas legais, mas também coloca em risco a vida de quem trabalha ou transita nos campos de extração.
Douglas Alves é mais uma vítima da precariedade que afeta trabalhadores em áreas críticas no Brasil. O acidente reforça a necessidade de maior fiscalização e punições severas para empresas que operam de forma irregular, além de destacar a urgência em proteger os profissionais que dependem dessas atividades para sustentar suas famílias.
A Polícia Civil e órgãos responsáveis seguem investigando as circunstâncias do acidente, enquanto o Crea-SE promete intensificar as ações contra irregularidades no setor.
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Redação SE Notícias