por Cássia Santana, da Infonet
A Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde interditou a indústria de envasamento de água mineral Santa Cecília, no município de São Cristóvão, devido às deficiências nos procedimentos para a distribuição do líquido em Sergipe. Higienização precária e procedimentos fora dos padrões exigidos pela Vigilância Sanitária são os principais problemas detectados naquela indústria.
No início da tarde desta quarta-feira, 17, foi realizada uma verdadeira força-tarefa para cumprir mandado judicial de busca e apreensão expedido pela Vara Criminal da Comarca de São Cristóvão. Promotores de Justiça, agentes da Polícia Civil, técnicos da Secretaria de Estado da Fazenda e da Vigilância Sanitária permanecem no local inspecionando as condições de envasamento e fazendo apreensão de computadores e livros fiscais da empresa.
Foram detectadas diversas irregularidades
De acordo com informações do promotor de justiça Renê Erba, da Promotoria Especializada de crimes contra a ordem tributária, há suspeita que a Santa Cecília esteja envolvida em esquema de sonegação fiscal que teria causado prejuízos aos cofres públicos na ordem de R$ 2 milhões. Segundo o promotor, a família que controla a indústria instituiu três empresas do mesmo grupo, uma das quais se encontra regular junto ao fisco enquanto as outras duas faziam esquema para sonegar impostos.
A gerente da Vigilância Sanitária, Rosana Barreto, informou que foram detectadas diversas irregularidades no processo de higienização e também deficiência em vasilhames que comprometem a qualidade do produto comercializado. A indústria de envasamento de água Santa Cecília já foi notificada várias vezes e não se adequou às exigências da Vigilância Sanitária, o que culminou com a interdição no início da tarde desta quarta-feira.
Deficiência em vasilhames que comprometem a qualidade do produto
O gerente da Santa Cecília acompanhou a fiscalização, mas não quis se pronunciar. Sem se identificar, ele disse que estaria aguardando o proprietário para analisar todos os procedimentos que estavam sendo realizados na indústria para então se pronunciar.
O Portal Infonet tentou falar com o proprietário, mas não obteve êxito e permanece à disposição da empresa. Informações podem ser encaminhadas por e-mail jornalismo@infonet.com.br ou por telefone (79) 2106 – 8000.
O encarregado de produção da indústria, Ginaldo de Jesus Freitas, informou que cerca de 5 mil vasilhames passam por aquele empreendimento diariamente e que seria impossível a adequação às exigência da Vigilância, mas garantiu que a higienização é feita de forma satisfatória. Ele diz que é feito um procedimento de pré-lavagem e os vasilhames só seriam lavados no equipamento específico quando detectada sujeira na pré-lavagem. Mas as explicações não foram convincentes para a Vigilância Sanitária.
Do Ministério Público, participaram os promotores Renê Erba e também Daniel Carneiro, da Defesa do Consumidor, e Alexandro Sampaio, da Vara Criminal de São Cristóvão.