A Polícia Civil de Sergipe realizou uma entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (24) para explicar como desarticulou uma associação especializada em fraudar o sistema prisional que tinha como objetivo diminuir as penas de presos processados acusados de tráfico de drogas.
Segundo a Secretaria de Justiça, a investigação durou cinco meses e a associação foi desarticulada na sexta-feira (19), um agente prisional foi preso. Diante das denúncias de fraude no sistema penitenciário, a secretaria decidiu abrir um inquérito paralelo para apurar o envolvimento do agente.
A polícia revelou a existência de uma associação criminosa formada por detentos e ex-presidiários que contava com a participação de um funcionário do presídio.
A investigação aponta um agente penitenciário, de 48 anos, como participante do esquema criminoso. Ele foi preso por fraudar os relatórios de remissão de pena, que diminuem o tempo de prisão dos internos que trabalham na cadeia. O agente também foi acusado de facilitar a entrada de objetos proibidos nos presídios. Segundo a Corregedoria da Secretaria de Justiça, a conduta do agente já estava sendo investigada meses antes.
“Já estávamos investigando o servidor após recebermos algumas denúncias. E fomos convidados para trocar informações com a Polícia Civil, que possivelmente vão enriquecer o nosso relatório. E se ficar comprovada a participação do agente isso será levado a esferas maiores, podendo ele pela corregedoria perder o cargo e pela investigação policial ser condenado a prisão”, explicou Joselito Ferreira, corregedor do sistema prisional
“A secretaria não aceita nenhuma pratica ilícita no sistema prisional. Solicitamos a abertura de uma sindicância para investigar o caso e aguardamos o fechamento do trabalho da polícia sobre a situação. Estamos perplexos de saber que colegas estão supostamente envolvidos com atos ilícitos”, disse o secretário de Justiça, João Antônio Hora Filho.
O sindicato dos agentes penitenciários lamentou o envolvimento de um funcionário do sistema prisional com a organização criminosa. “Estamos surpresos com a situação. Mas queremos dizer que o sindicato apoia a investigação policial”, disse o presidente do Sindipen, Claudio Ferreira.
Segundo Hélio Matheus, vice-diretor do Desipe, o servidor está detido no Cadeão de Nossa Senhora do Socorro onde aguarda o fim das investigações da corregedoria e da polícia.
O secretário de justiça aproveitou a coletiva para divulgar o lançamento do edital de um concurso público nos próximos 60 dias. Ele revelou ainda que o governador Jackson Barreto (PMDB) aprovou algumas mudanças para melhorar a rotina dos agentes penitenciários.
“Vamos abrir edital para concurso público para guarda prisional em prazo de 60 dias. O objetivo é o preenchimento de 312 vagas. O governador vai encaminhar para Assembleia Legislativa um projeto de lei para a criação de cargos para a carreira prisional, e assim destravar a ascensão profissional. Um outro ponto autorizado pelo governo foi o pagamento das horas extras dentro do mês, para garantir que o trabalho nas guaritas dos presídios esteja coberto aos finais de semana. Já que atualmente os agentes negociam entre eles e fazem venda de folgas”, conclui.
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Fonte: Portal G1 SE.