O deputado federal Márcio Macêdo discursou nesta quarta-feira (4), durante o tempo destinado à liderança do Partido dos Trabalhadores na Câmara, em homenagem ao governador Marcelo Déda, que faleceu no último dia 2 de dezembro. O parlamentar lembrou a carreira política de Déda, destacando os mandatos dele como deputado estadual e federal, e dando ênfase aos governos que liderou – tanto como prefeito de Aracaju quanto como governador do Estado de Sergipe. Falou também da amizade deles e apresentou o projeto de lei que denomina o Aeroporto Internacional de Aracaju como Marcelo Déda Chagas.
“A obra de Marcelo Déda o imortalizará. Aqui na Terra, ele cumpriu a sua missão. Déda deixou a vida e entrou para a história como o maior estadista que Sergipe já viu. Foi um líder carismático e respeitado por sua gente. Não construiu patrimônio material, nem nunca colocou em balcão de negociações questões financeiras. Morreu o homem, mas ficou o exemplo de deputado corajoso e brilhante; o prefeito eficiente e inovador; o governador competente e realizador, o executivo sério e honesto. O conjunto da obra de Marcelo Déda o transforma no maior líder político do nosso Estado”, afirmou Márcio Macêdo, sendo aplaudido por todos os parlamentares presentes na sessão. “O maior legado que Déda deixa é o da ética e o da honestidade. Ficou também o exemplo do homem culto, preparado, sintonizado com o seu tempo e com sua gente”, completou.
Ao iniciar seu discurso, Márcio Macêdo disse que ali estava para falar de “um grande brasileiro e sergipano”, que naquela mesma tribuna tinha liderado o PT e feito história. Ele destacou então o velório do governador Marcelo Déda, que reuniu milhares de pessoas em Aracaju, como uma “demonstração inequívoca que ele continuará presente no coração de todos os sergipanos”.
“Não é todo dia que nasce um homem como Marcelo Déda. Daí a sua trajetória meteórica, brilhante e de vencedor”, frisou Márcio Macêdo, ao citar que Déda, quando eleito deputado estadual desenvolveu o “maior mandato da Assembleia Legislativa, sendo o responsável, na Constituinte Estadual, pelo capitulo que tratou sobre o meio ambiente”. Como deputado federal, disse Márcio, ele liderou o PT, “fazendo uma oposição dura ao projeto neoliberal em curso naquele momento, combatendo as privatizações, se colocando contra a flexibilização das leis trabalhistas e contra as demissões em massa do funcionalismo, além de lutar contra o sucateamento do Estado Brasileiro”.
“Foi um prefeito, que eleito por duas vezes em primeiro turno, fez um trabalho que transformou Aracaju na capital com maior qualidade de vida do país, superando Curitiba e Brasília. Se elegeu governador, também duas vezes em primeiro turno, e inverteu prioridades, focando nos mais pobres, naqueles que mais precisam da mão amiga do Estado. Déda instituiu o planejamento participativo em todo o Estado, colocando as impressões digitais do povo na gestão pública. Sua gestão é tão marcante que neste últimos sete anos, há 1.500 obras realizadas ou em execução neste momento. Ele transformou Sergipe no estado com 3ª melhor renda do Nordeste e com o menor índice de pobreza da nossa região”, afirmou Márcio Macêdo.
Das qualidades pessoais, o parlamentar destacou o “orador de raro talento, o desenhista do traço refinado, o cineasta que sofreu a influencia do Cinema Novo, o poeta sensível das diversas dimensões da vida, o pai amoroso, o filho responsável, o marido exemplar e dedicado, o líder que amou seu povo e por ele foi amado, com seus defeitos e qualidades, com virtudes e contradições”.
“Déda morreu, Sergipe perdeu o seu líder, o PT perdeu o seu timoneiro, e eu perdi o amigo querido das horas boas e ruins. Visitei Déda nas ultima semanas. O homem estava com o corpo fraco, mas com coragem e dignidade, para enfrentar o momento mais difícil da vida dele. Até naquela hora, ele me chamou para conversar, orientar e dar a palavra amiga”, disse Márcio.
“Déda morreu no Dia do Samba, ritmo do qual ele tanto gostava. E eu me recordo de certa vez na casa dele, quando estávamos eu, José Eduardo Dutra e Antônio Carlos Valadares, e ele nos apresentou o trabalho do sambista Diogo Nogueira. Quando soube da morte de Déda, coloquei aquele mesmo DVD para tocar e a primeira canção dizia: ‘o corpo a morte leva, a voz some na brisa, a dor sobe para as trevas, e o homem a obra o imortaliza’. Déda será imortalizado pelo conjunto da sua obra. Encerro fazendo um brinde, que ele fazia com Dutra e depois também comigo: ‘A nós, aos que são como nós e aos que restaram de nós!’”, encerrou Márcio Macêdo, solidarizando-se com a primeira-dama Eliane Aquino e com os seus cinco filhos de Marcelo Déda.
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Da Assessoria de Imprensa