Por Adriana Meneses*
A psicóloga e jornalista Adriana Meneses [foto], alerta que os festejos de fim de ano são conhecidos por sua luz, alegria e momentos de celebração, mas para muitas pessoas, essa época também carrega um peso silencioso: a tristeza. Ela chega sem ser convidada, muitas vezes disfarçada entre as memórias do que foi e as expectativas do que poderia ter sido.
Essa tristeza pode surgir ao olharmos para as redes sociais, onde os sorrisos e comemorações alheias parecem nos lembrar do que nos falta. Talvez seja a viagem que planejamos e não aconteceu, um objetivo não alcançado, ou mesmo a ausência de alguém querido que não estará mais à mesa. As comparações – ainda que involuntárias – podem fazer parecer que estamos “ficando para trás” ou que não temos o suficiente para comemorar.
Outro motivo é a saudade. Ela aparece com força nesses dias, quando revisitamos memórias de quem já se foi ou de tempos mais simples e felizes. Às vezes, é a sensação de um vazio que os abraços presentes não conseguem preencher.
E há ainda o peso das promessas não cumpridas: os planos feitos no início do ano que ficaram pelo caminho, os “começos” que nunca aconteceram. Sentir que algo escapou pode trazer um certo gosto amargo, como se estivéssemos falhando com nós mesmos.
Mas é importante lembrar que essas emoções fazem parte da nossa humanidade. Todos nós carregamos histórias únicas, repletas de conquistas, mas também de desafios e perdas. Não precisamos “vestir” a felicidade o tempo todo só porque é Natal ou Ano Novo.
Para amenizar essa sensação ruim, é essencial praticar a autocompaixão. Permita-se sentir o que vem à tona, sem julgamentos. Reconheça que você está fazendo o melhor que pode, dentro das suas possibilidades. Tente também se desconectar um pouco das comparações – o que vemos nas redes sociais é apenas uma fração da realidade alheia.
Valorize o presente. Se possível, faça uma pequena lista de coisas boas que aconteceram no ano, mesmo que pareçam simples. Talvez você tenha aprendido algo novo, fortalecido uma amizade ou simplesmente chegado até aqui, apesar das adversidades.
Se as saudades apertarem, transforme-as em homenagens. Relembre os momentos bons, fale sobre quem partiu, acenda uma vela ou faça algo simbólico para mantê-los presentes no coração.
E, acima de tudo, não tenha medo de pedir ajuda se sentir que precisa. Conversar com alguém de confiança ou buscar apoio psicológico pode ser um gesto de cuidado consigo mesmo.
Lembre-se: a tristeza de fim de ano não define quem você é nem diminui o valor do que conquistou. É apenas uma visita passageira, que pode ensinar algo sobre como acolher a si mesmo com mais gentileza e amor.
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*Adriana Meneses é jornalista e psicóloga