Cartas na manga*
A sucessão estadual de 2018 já começou. O recado que o governador Jackson Barreto (PMDB) deu aos seus adversários foi claro. Nada está decidido sobre sua aposentadoria daqui a dois anos e, mesmo que não dispute nenhum cargo, ele não deixará barato à oposição conquistar o cargo político mais importante do Estado.
Aliás, o PMDB hoje é o partido que melhor tem condições de apresentar nomes fortes para a disputa. Até agora são três: João Gama, Belivaldo Chagas e Zezinho Sobral. Nenhum deles pode ser subestimado. Pelo contrário. Seus adversários sabem que numa estrutura de campanha com a força da máquina, do prefeito de Aracaju e dos partidos aliados, qualquer um dos três nomes tem chances de chegar ao Palácio Augusto Franco.
Gama tem em seu currículo uma gestão exemplar na Prefeitura de Aracaju. Até hoje os aracajuanos ainda não entendem porque ele tomou a decisão de não ser candidato à reeleição. Dificilmente perderia. Gama foi um prefeito que trabalhou da zona sul à periferia. Transformou o Centro; levou pavimentação a diversos bairros e preparou a cidade para o futuro, com a criação de bairros como o Jardim e o Garcia que hoje comportam o maior número de empreendimentos residenciais e comerciais voltados à classe média.
Belivaldo dispensa apresentações. Vice-governador por duas vezes, ex-secretário de estado, ex-deputado estadual, Belivaldo tem livre trânsito entre todos os partidos da situação, tendo respeito, inclusive, até dos adversários políticos. É um político experiente e carismático, que conhece muito bem todo o Estado de Sergipe.
Zezinho Sobral continua sendo uma aposta de renovação do PMDB de Jackson Barreto. É verdade que não conseguiu emplacar a candidatura a prefeito, mas o pouco tempo de pré-campanha e alcançar espaço entre dois nomes da oposição que já estavam em campanha há quatro anos (Edvaldo Nogueira e Valadares Filho) dificultou ainda mais o projeto. Agora Zezinho tem mais tempo para solidificar seu nome e apresentá-lo no momento certo, se esse for o desejo do partido.
A verdade é que dificilmente o PMDB não apresentará um candidato majoritário em 2018. E já está claro que todo o processo será coordenado pelo governador Jackson Barreto. Esteja ele disputando ou não o Senado. Cartas na manga é que não faltam.
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*Cícero Mendes (jornalista político e publicitário)