O Secretário de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Olivier Chagas, visitou na manhã desta quarta-feira, 23, o canteiro de obras da primeira etapa do sistema de esgotamento sanitário no município de Nossa Senhora das Dores. Considerada a maior intervenção governamental no município, em prol do saneamento básico, a obra teve um investimento, proveniente de parceria com o Banco Mundial, por meio do programa ‘Águas de Sergipe’, que ultrapassa os R$ 24 milhões, e irá beneficiar diretamente mais de 20 mil pessoas.
A primeira fase da obra, numa avaliação geral, está com 51% concluída, sendo que os serviços de execução do sistema de esgotamento sanitário na área urbana estão num estágio mais avançado, com 77%. Hoje, quem chega na cidade já percebe as mudanças. Antes, quem via água de esgoto velejar rente ao meio fio das calçadas, com desembarque no açude, já se depara com outra realidade, uma realidade mais saudável, como ratifica a dona de casa Djanete Vieira, de 51 anos, moradora da cidade.
“Nunca vi um serviço desse porte envolver toda a cidade. Digo envolver porque, embora tenha trazido alguns probleminhas com relação à poeira, os moradores aplaudiram a ideia. Está sendo satisfatório ver de perto a obra aniquilar o esgoto que corria nas nossas calçadas”, afirmou a dona de casa.
O secretário Olivier, que representou o governador Jackson Barreto durante a visita, fez questão de percorrer as ruas da cidade ao lado dos engenheiros Maicon Fraga e Themístocles Ferreira, além do secretário de Meio Ambiente do Município, Robson Moura, e observar o que a empresa Celi, contratada para fazer a obra, já realizou. O resultado, ao ver a satisfação no semblante dos moradores, diz ele, já é esplêndido.
“O governo está trazendo qualidade de vida, em todos os sentidos, porque está implantando o tratamento de esgoto sanitário. Há estudos científicos divulgados pela Organização Nacional de Saúde que diz o seguinte: a cada um dólar que se gasta com saneamento básico, se gasta três ou quatro com saúde pública. Então, estamos trazendo qualidade de vida. É uma obra com prazo de finalização de 18 a 24 meses. Durante a obra, estamos empregando mais de 100 trabalhadores da cidade, gerando emprego para a nossa gente”, destacou Olivier, entusiasta do projeto.
Além de implantar o sistema sanitário, ressalta Olivier, a obra vai ajudar a preservar o meio ambiente. “O tratamento do esgoto vai fazer com que a gente despolua o açude municipal e o Rio Siriri, afluente do Rio Sergipe, o qual vai receber uma água tratada. Sergipe busca fazer sua parte para que a gente possa manter a qualidade do meio ambiente. Essa é uma ação que cuida diretamente da bacia do Rio Sergipe, a bacia mais importante e genuína do estado. Estamos cuidado dos recursos hídricos para poder garantir sustentabilidade”, reafirmou.
A obra
Nesta primeira fase, a execução da obra envolve a construção das redes coletoras de duas estações elevatórias e a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), abrangendo a parte central da cidade que corresponde à área mais populosa de Nossa Senhora das Dores. A ordem de serviço da obra foi assinada pelo governador Jackson Barreto em maio de 2015 e o serviço vai atender 80% da população urbana, com cerca de 4.500 ligações internas.
Após a finalização do sistema de esgotamento, a água devolvida à natureza terá o nível de tratamento próximo a 100%, preservando o Rio Siriri Morto e o açude da cidade. Estima-se que mais de 46 litros por segundo de esgoto deixem de ser jogados in natura no ambiente. Trata-se de um tratamento de esgoto moderno, que conta com tecnologias como a ultravioleta, que possibilita a realização de filtragem e refino da água, para que ela seja despejada posteriormente no rio, e que são utilizadas em poucos lugares no Brasil.
“Visitamos as ruas para mostrar as caixas coletoras de esgoto nos passeios públicos, além do terreno da estação elevatória da sede e a estação de tratamento para mostrar o andamento da obra. Quando essa obra começar a operar será uma maravilha, porque vemos muitos dejetos de esgoto nas ruas. Se você andar em Dores, ainda consegue sentir o odor do esgoto. A partir do momento que o esgoto começar a ser coletado e direcionado, esse odor não será mais sentido, deixará de existir doenças”, explicou o engenheiro Maicon.
Coordenado pela Semarh, com apoio da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), a obra conta com a participação também da Cohidro, Emdagro e Secretaria de Estado da Saúde.
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