Os “Desafios da Gestão da Água na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco” foi abordado na mesa-redonda com representantes do Ministério da Integração Nacional (MIN), Agência Nacional de Águas (ANA), Comitê de Bacia do Rio São Francisco (CBHSF), Superintendência de Recursos Hídricos de Pernambuco (SRH/PE) e AGB Peixe Vivo.
Com 2.696 km de extensão, o Rio São Francisco banha 505 municípios nas regiões Sudeste e Nordeste, agregando uma população de cerca 16,5 milhões de pessoas ou 8% da população brasileira. Na década de 1960, o Velho Chico recebeu o primeiro reservatório e nos anos 1980 o último, o de Xingó, para a geração de energia.
“Ao longo dos anos essas influências antrópicas alteraram seu ciclo de cheias e secas. No ano de 2000, período da grande seca, um dos reservatórios chegou a um nível de volume de 1,9%. Hoje, o sistema continha com baixo volume e perspectiva real de vazões ainda menores que 800 m3”, lembrou o superintendente de operações e eventos críticos da ANA, Joaquim Gondim.
Através do Plano de Bacia Hidrográfica é possível fazer uma radiografia do manancial e planejar ações de melhoramento. Tema que nos últimos dois anos, o Comitê de Bacia Hidrográfica tem se dedicado. “Ele foi feito por várias mãos e amplamente discutido pela população ribeirinha. Uma inovação nele foi a inclusão do semiárido. Uma bacia nesse tamanho é gigantesca para fazer gestão com políticas estaduais diferentes, por isso é necessário unir forças. Também estamos acompanhado o processo de revitalização do rio”, completou o vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, José Maciel Nunes.
O secretário executivo de recursos hídricos de Pernambuco, José Almir Cirilo, destacou os usos múltiplos das águas e seus conflitos. “A irrigação tem papel de destaque com cinco projetos e apresentou um crescimento de 130% em relação a primeira versão do plano. Os estudos realizados na área agricultável revelam uma área de 30 milhões de hectares, porém o conflito é que não existem recursos hídricos para isso. Entre os desafios para esta gestão estão: definição das vazões para cada estado, a revitalização – quantidade e qualidade têm de caminhar juntos. Também temos que encontrar outras formas de gerar energia. Todas as ações que venham melhorar têm que sair do papel”, observou.
Revitalização e Transposição
O representante do Ministério da Integração Nacional (MIN) ressaltou que desde novembro de 2015 o órgão vem assumindo um papel de protagonista no processo de revitalização do rio e destacou a implantação do Decreto 8.834 de agosto de 2016. “É um projeto de revitalização que foi refundado. O mais importante dele é a forma de gestão que precisa envolver vários órgãos federais, como também os estados e municípios”, observou o assessor especial do Ministério da Integração Nacional, Irani Braga, acrescentando que a obra do projeto de transposição da bacia, com aos eixos leste e norte, está em 90,5%.
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Informações do G1 SE