Por Cássia Santana*
O engenheiro Terésio Manuel Chirife Morel, 77, um paraguaio naturalizado brasileiro que é pai de Maria Olívia Santos Chirife, secretária de infraestrutura do município de São Cristóvão, responderá por crime de corrupção passiva por solicitar “ajuda financeira” a um oficial da Marinha Mercante a título de recompensa para liberar uma certidão de ocupação do solo, que o capitão René Augusto Silva, vem pleiteando há cerca de um ano para construir um flat naquele município.
De acordo com a delegada Danielle Garcia, a atitude do engenheiro se caracteriza como crime de corrupção passiva e o acusado responderá ao processo judicial em liberdade. Para este tipo de crime, está prevista pena que varia entre dois a 12 anos de reclusão. O acusado prestou depoimento na manhã desta sexta-feira, 23, na sede da Delegacia de Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap) e foi liberado.
Para a delegada, o acusado se reservou ao direito do silêncio, informando que só se pronunciará em juízo. Quando deixava a sede da Deotap no final da manhã, o engenheiro se recusou a dar explicações e evitou os jornalistas que o aguardavam na porta da delegacia.
O episódio teve desfecho com a abertura de inquérito policial na Deotap destinado à investigação de suposto crime de corrupção passiva, que teria sido supostamente praticado pelo engenheiro Terésio Manuel Chirife Morel, um paraguaio naturalizado brasileiro, que é pai de Maria Olívia Santos Chirife, secretária de infraestrutura do município de São Cristóvão. De acordo com o capitão René Augusto, o engenheiro que seria responsável pela emissão da certidão solicitou ajuda financeira equivalente a 100 sacos de cimento, que seriam revertidos para a administração municipal.
O capitão René Augusto informou que, inicialmente, avaliou o custo dos 100 sacos de cimento em R$ 2,8 mil, mas o próprio engenheiro teria revelado que, conforme o capitão, poderia conseguir um preço menor no mercado, de forma que cada saco sairia pelo custo de R$ 18, ao invés dos R$ 28 que o capitão costuma pagar em estabelecimentos comerciais. Desta forma, a “ajuda financeira” destinada ao município cairia para R$ 1,8 mil.
A jornalistas, o capitão René Augusto informou que no primeiro momento, o engenheiro Terésio Chirife teria feito o pedido referente aos 100 sacos de cimento a um outro engenheiro por ele contratado para acompanhar a obra do flat. “Mas meu engenheiro não tem autorização para pagar nada que não tenha minha autorização”, disse.
Ao ficar informado sobre este pedido feito pelo engenheiro pai da secretária de Infraestrutura da Prefeitura de São Cristóvão, o capitão René Augusto decidiu marcar encontro pessoal e compareceu decidido a gravar a conversa e disposto a recusar a cometer qualquer ato ilícito. A gravação foi entregue à delegada Danielle Garcia, que já anexou ao inquérito policial.
O engenheiro Terésio Chirife é pai de Maria Olívia Santos Chirife, secretária de infraestrutura do município de São Cristóvão. Ela também será convocada pela delegada Danielle Garcia para prestar depoimento. A delegada informa que até o momento as acusações estão restritas ao engenheiro Terésio Chirife, mas ela não descarta a possibilidade de envolvimento de outros servidores da prefeitura neste suposto esquema.
Prefeitura de São Cristóvão tem 24 hs para emitir certidão
A delegada Danielle Garcia, do Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária (Deotap), concederá prazo de 24 horas para a Prefeitura de São Cristóvão emitir a certidão de desocupação do solo, que o capitão René Augusto Silva, oficial da Marinha Mercante, vem pleiteando há cerca de um ano à administração municipal para construir um flat naquela região.
A delegada faz um apelo à população, informando que este tipo de conduta é classificada como crime e que deve ser denunciada. Outras pessoas que possam ter sido vítimas deste mesmo tipo de conduta de qualquer servidor público pode procurar a Deotap.
Outro lado
Ao Portal Infonet, a assessoria de imprensa informou que a Prefeitura de São Cristóvão tomará as providências cabíveis instaurando inquérito administrativo para apurar as denúncias. Mas, antes deste procedimento, a Prefeitura aguardará “o veredicto da justiça”. Segundo a assessoria, trata-se de uma atitude individual do engenheiro Terésio Chirife e que a gestão municipal “não colabora nem incentiva” este tipo de conduta.
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Com informações de Cássia Santana, do portal Infonet