O Brasil conseguiu na tarde deste domingo, no estádio do Maracanã, a medalha de ouro no futebol masculino dos Jogos Olímpicos. No tempo normal, os comandados de Rogério Micale fizeram mais um bom jogo, mantendo o nível atingido desde a goleada por 4 a 0 contra a Dinamarca. O gol de abertura do placar saiu dos pés de Neymar, em cobrança de falta perfeita, no ângulo do goleiro. Já os visitantes, atrapalhados algumas vezes pelo travessão, igualaram na etapa final com um gol de Meyer. Depois da prorrogação, também zerada, Weverton pegou um pênalti e Neymar fechou o placar em 5 a 4.
Com o resultado, a Seleção soma seu primeiro ouro no futebol dos Jogos Olímpicos, em qualquer uma das modalidades (masculina e feminina). A busca ocorria principalmente após as derrotas na década de 80, além do 2 a 1 sofrido para o México em Londres, quatro anos atrás. Foi também o sexto ouro do país nesta edição.
Antes, o Brasil havia ficado na segunda colocação nos torneios de futebol masculino das edições de 1984, 1988 e 2012, essa última já com Neymar no comando da geração. Os alemães, por sua vez, só contavam com um título da Alemanha Oriental, nos Jogos de 1976. A conquista, no entanto, não é computada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) à Alemanha unificada.
Travessão amigo lá e cá
Mesmo com muitos jogadores de destaque e duas camisas de conquistas no futebol mundial em campo, não é injusto dizer que os travessões dos dois gols do Maracanã monopolizaram as atenções na etapa inicial da partida. Em campo, eles “assistiram” a um domínio inicial do time visitante, principalmente nas boas escapadas de Gnabry pelo lado esquerdo. Aos dez minutos de bola rolando, a melhor dessas escapadas germânicas deu o primeiro lance de perigo do embate.
Gnabry foi lançado em velocidade pelo lado esquerdo, driblou Zeca com facilidade e rolou para Julian Brandt. O meia ajeitou a bola no bico esquerdo da área brasileira, trouxe para o pé direito e chutou de chapa, buscando o ângulo oposto do goleiro Weverton. A bola viajou o tempo necessário para os torcedores pensarem na semifinal da Copa do Mundo de 2014, mas explodiu no travessão, para alegria do Maracanã.
O susto pareceu ser a faísca necessária para o Brasil deixar de ser individualista e resolver copiar seu rival para chegar à frente. Contando principalmente com as descidas perigosas de Douglas Santos pelo lado esquerdo, em boa dupla com Neymar, o Brasil quase abriu o placar cinco minutos depois. O lateral do Atlético-MG cruzou bola na segunda trave, mas Luan, livre, não conseguiu pegar em cheio, parando em corte de Ginter.
Como era de se esperar, então, o camisa 10 brasileiro apareceu para mostrar a diferença que pode fazer em campo. Driblou dois adversários e sofreu falta próximo da área, pelo lado esquerdo. Com enorme precisão, bateu de chapa, no ângulo de Horn, e contou com a boa vontade justamente do travessão. Após leve desvio do arqueiro, com a redonda já quase dentro, a bola bateu no trave de cima e foi morrer na rede. “Eu estou aqui”, avisou o craque brasileiro na celebração.
Ainda assim, o travessão tinha mais a fazer no ato inicial da decisão. A vantagem brasileira fez crescer o ímpeto alemão, mas a vantagem persistiu em uma série de gols perdidos. No primeiro, Meyer cobrou falta, a bola quicou e raspou no travessão antes de sair. Logo depois, aos 31, o mesmo Meyer pegou sobra dentro da área, chutou de direita e exigiu boa defesa de Weverton. Para fechar, aos 34, Bender ganhou de Renato Augusto após falta lateral e cabeceou firme, acertando, mais uma vez, o travessão. Mais brasileiro que o Cristo Redentor, naquele momento.
Jogo tenso, erro fatal
O jogo continuou com o mesmo estilo na etapa final, com ambos os times propondo a manutenção da posse de bola e tentando chegar com passes diretos ao ataque. O controle, por sinal, seguiu alternando-se rapidamente entre os dois lados, até que um deles apresentou uma falha pouco comum até o momento: Walace e Marquinhos erraram na saída de bola, Brandt abriu para Toljan, que cruzou na medida para Meyer. Com calma, o capitão alemão bateu rasteiro, sem chances para Weverton.
O gol assustou os presentes, mas também serviu para os brasileiros voltarem a atacar. O time do técnico Rogério Micale voltou a se apoiar na lucidez de Renato Augusto para buscar a bola entre os zagueiros e carregá-la para entregar com qualidade a Neymar. Inteiro fisicamente, o camisa 10 foi o grande “maestro” dos ataques, aproveitando as pontas com Gabriel Jesus e Gabigol.
Ainda assim, o travessão tinha mais a fazer no ato inicial da decisão. A vantagem brasileira fez crescer o ímpeto alemão, mas a vantagem persistiu em uma série de gols perdidos. No primeiro, Meyer cobrou falta, a bola quicou e raspou no travessão antes de sair. Logo depois, aos 31, o mesmo Meyer pegou sobra dentro da área, chutou de direita e exigiu boa defesa de Weverton. Para fechar, aos 34, Bender ganhou de Renato Augusto após falta lateral e cabeceou firme, acertando, mais uma vez, o travessão. Mais brasileiro que o Cristo Redentor, naquele momento.
Jogo tenso, erro fatal
O jogo continuou com o mesmo estilo na etapa final, com ambos os times propondo a manutenção da posse de bola e tentando chegar com passes diretos ao ataque. O controle, por sinal, seguiu alternando-se rapidamente entre os dois lados, até que um deles apresentou uma falha pouco comum até o momento: Walace e Marquinhos erraram na saída de bola, Brandt abriu para Toljan, que cruzou na medida para Meyer. Com calma, o capitão alemão bateu rasteiro, sem chances para Weverton.
O gol assustou os presentes, mas também serviu para os brasileiros voltarem a atacar. O time do técnico Rogério Micale voltou a se apoiar na lucidez de Renato Augusto para buscar a bola entre os zagueiros e carregá-la para entregar com qualidade a Neymar. Inteiro fisicamente, o camisa 10 foi o grande “maestro” dos ataques, aproveitando as pontas com Gabriel Jesus e Gabigol.
Insatisfeito com a produção do santista, Micale mandou a campo Felipe Anderson, meia da Lazio-ITA, e podia ter colocado “seu dedo” na conquista da taça logo na sequência. Aos 32 minutos de bola rolando, Neymar achou ótimo passe para o armador, que colocou na frente e ficou em boas condições para chutar. Após demorar para definir a situação, porém, viu Suele chegar para desarmá-lo.
Totalmente recuada, a Alemanha só ameaçou em um erro de Walace, com contra-ataque puxado por Gnabry, sempre pela esquerda, mas que terminou em chute torto de Brandt. Já pelo lado do Brasil, a chance veio no último lance, aos 47 minutos. Neymar recebeu na entrada da área, após lindo lance de Felipe Anderson, e tinha Douglas Santos passando livre pela esquerda. O avante, no entanto, preferiu chutar com a perna esquerda, carimbando a zaga.
Prorrogação do equilíbrio, só pênaltis decidem
O tempo extra foi mais tensão do que qualquer outra coisa, tanto que a única chance digna de nota veio com Felipe Anderson, aos quatro minutos do segundo tempo. Ele recebeu na frente de Neymar, mas parou no goleiro. Nos pênaltis, oito cobranças perfeitas dos dois lados para iniciar, mas Weverton acertou três cantos, ficando perto de pegar sempre. A espera parecia destinada a fazer com que ele defendesse o de Petersen, no canto esquerdo, dando a Neymar a chance de fechar. E, como ele bem disse, ele estava lá, pára deslocar Horn e dar ao Brasil seu primeiro ouro no futebol masculino.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 1 (5) X (4) 1 ALEMANHA
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 20 de agosto de 2016 (Sábado)
Horário: 17h30(de Brasília)
Árbitro: Alireza Faghani (Irã)
Assistentes: Reza Sokhandan e Mohammadreza Mansouri (ambos do Irã)
Cartões amarelos: Zeca, Gabriel (Brasil); Selke, Sven Bender, Suele e Prome (Alemanha)
Gols:
BRASIL: Neymar, aos 27 minutos do primeiro tempo
ALEMANHA: Meyer, aos 14 minutos do segundo tempo
Pênaltis:
BRASIL: Renato Augusto, Marquinhos, Rafinha, Luan, Neymar
ALEMANHA: Ginter, Gnabry, Brandt, Suele
BRASIL: Weverton, Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio e Douglas Santos; Walace, Renato Augusto, Luan e Gabriel Jesus (Rafinha); Neymar e Gabriel (Felipe Anderson)
Técnico: Rogério Micale
ALEMANHA: Timo Horn, Lukas Klostermann, Matthias Ginter e Niklas Suele; Sven Bender, Jeremy Toljan, Maximilian Meyer, Julian Brandt, Serge Gnabry e Lars Bender (Promel); Davie Selke (Petersen)
Técnico: Horst Hrubesch
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Matéria extraída da Gazeta Esportiva