Matéria extraída do G1 Ribeirão e Franca
Um homem de 60 anos foi preso na manhã desta terça-feira (31) em Ribeirão Preto (SP) acusado de assassinar a ex-mulher na frente de uma das filhas. O crime ocorreu em abril de 1990 em Aracaju (SE), mas só foi julgado 24 anos depois, em fevereiro de 2014.
O mandado de prisão, por sua vez, foi expedido em novembro do ano passado, quando José Augusto de Arimatéia Rosa passou a ser considerado foragido. Segundo a Polícia Civil, ele foi encontrado em uma casa no bairro Parque dos Lagos, na zona leste de Ribeirão.
O advogado Saul Silveira Schuster afirmou que Rosa estava na cidade a trabalho e que, como a prisão é considerada definitiva, não cabe recurso. Schuster disse que acompanhará a transferência do cliente para Aracaju, ainda sem data prevista para ocorrer.
Rosa chegou a ser preso preventivamente em janeiro de 2006, também em Ribeirão Preto. Na época, ele permaneceu detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) da cidade por dois anos, quando a prisão foi revogada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Consta na sentença datada de 19 de fevereiro de 2014, que Rosa deveria cumprir 19 anos e seis meses de reclusão, mas poderia recorrer em liberdade. Os jurados consideraram o crime como qualificado, apesar de considerarem que o réu não possuía antecedentes criminais.
“As consequências do crime são graves, tendo em vista a perda de uma vida humana, acarretando um reflexo repentino no seio familiar, tendo a vítima deixado duas filhas menores, inclusive uma delas tendo presenciado o ato executório”, diz a juíza Olga Silva Barreto na decisão.
Posteriormente, em outubro de 2015, mediante recurso da defesa, o Tribunal de Justiça de Sergipe revisou a sentença, determinando pena de 12 anos e um dia de reclusão em regime fechado. No mês seguinte, o TJ-SE expediu o mandado de prisão.
O delegado Eduardo Martinez explicou que Rosa estava sendo acompanhado pelos investigadores há algumas semanas e não resistiu à prisão na manhã desta terça-feira, quando deixava o imóvel onde morava.
Dentro da casa, os policiais apreenderam uma pistola semiautomática e munição. Por isso, o réu passará a responder também pelo crime de posse irregular de arma de fogo. Ele foi levado ao CDP de Ribeirão.
Transferência
O advogado Saul Silveira Schuster disse que foi informado sobre a prisão pela atual esposa de Rosa. Segundo ele, como se trata de prisão definitiva, não cabe recursos, como habeas corpus, apenas acompanhar a transferência do réu para um presídio em Sergipe.
“O processo de Aracaju está encerrado, ele já é réu condenado. A gente vai fazer o trabalho de progressão de regime, porque boa parte da pena já foi cumprida. Ele passou dois anos preso por esse processo, então resta uma parte da pena a ser cumprida”, explicou Schuster.
O advogado afirmou ainda que desconhece detalhes sobre a arma apreendida pela Polícia Civil na casa de Rosa e que a defesa sobre esse crime será realizada por outro profissional.
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