Por Gustavo Werneck, do Correio Braziliense
Não basta apenas ter fé — é preciso também cuidar da saúde. Em tempos de gripes perigosas e, em alguns casos, mortíferas, como a transmitida pelo vírus H1N1, todo cuidado é pouco até mesmo na hora de rezar nas igrejas. Ciente da situação e “em defesa da vida”, a Arquidiocese de Belo Horizonte orienta o clero a tomar uma série de precauções neste momento chamado de “circunstância pastoral”. Entre as recomendações, estão a substituição da tradicional saudação da paz, feita entre a oração do Pai Nosso e a comunhão, por um momento de silêncio, e o recebimento da hóstia (eucaristia) nas mãos.
No domingo, o Correio acompanhou, em várias paróquias, o convite feito pelos padres para que os fiéis se cumprimentassem, o que intimidou muita gente. “Ao meu lado, um homem tossia diretamente sobre a mão. Na hora da confraternização, preferi dar um tapinha nas costas dele. Fiquei preocupada, pois depois a gente pega a hóstia com a mão, leva à boca, enfim, é um risco”, disse uma dona de casa, que foi à missa dominical, pela manhã, num templo da região nordeste. Em outra igreja, um homem ficou constrangido. “Esse costume havia parado e, no momento em que o celebrante pediu para apertarmos as mãos, me deu um certo pânico. Mas acabei aceitando, embora não vá repetir o gesto.”
Em BH, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, já foram notificados, este ano, 555 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), que exigiram hospitalização dos pacientes. Quatro deles morreram. Os números de Srag já superam o total de 2015 na capital mineira, que registrou 333 casos naquele período.
Segundo os técnicos, na quinta-feira passada, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) recebeu, do Ministério da Saúde, mais uma remessa de vacinas contra Influenza, que foram distribuídas às unidades de saúde. A previsão é de que os estoques estejam normalizados e as vacinas, disponíveis para a população.
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