POR LUMA POLETTI, CONGRESSO EM FOCO
Manifestantes se reuniram na manhã deste domingo (24) no gramado do Congresso Nacional para protestar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Orientados por um megafone e aos gritos de “Não vai ter golpe, vai ter luta”, “Fora Cunha” e “Fora Temer”, o grupo se deitou formando as palavras “golpe”, em seguida “coup” (golpe, em inglês) e “S.O.S”, expressão universal utilizada para pedir ajuda. O protesto durou cerca de 1h30 e atraiu aproximadamente 200 pessoas.
A convocação para o ato partiu de um grupo de artistas e produtores culturais da capital, e se disseminou pelas redes sociais. De acordo com o idealizador do protesto, o professor de Artes Cênicas da UnB, Fernando Villar, o número de participantes esperado não chegava a 50 pessoas. “É um movimento espontâneo de amigos claramente posicionados contra o golpe e contra tudo o que ele significa”, disse Fernando, que, juntamente com a colega Rita Andrade, orientava por megafone o posicionamento dos manifestantes para formar as palavas. “Não vai ter golpe. Se depender de todos nós, se cairmos vamos cair brigando – e brincando – até o fim”, acrescentou.
Questionado sobre a escolha de um termo em inglês (“coup”) para compor a performance, Villar justifica dizendo que a imprensa internacional está ciente de que o processo de impeachment direcionado à presidente Dilma é um golpe de Estado. “É para falar com o mundo, para retribuir ao mundo porque a nossa mídia é mentirosa, é a voz dos patrões”, afirmou o professor. “A gente tem que retribuir para todo esse pessoal que está falando lá fora: It’s a coup! [É um golpe!] para confirmar o que a mídia deles tem falado e o que a nossa tem escondido”, conclui Villar.
O estudante de artes cênicas da UnB e representante do Centro Acadêmico do curso, Victor Hugo Leite, 22, explica que não se trata de um protesto de governistas. “Não somos pró-governo, mas estamos aqui por uma coisa maior que se chama democracia”, defende. “Temos esperanças no Senado e no STF, mas a nossa esperança maior é no Estado Democrático de Direito”, completou.
Depois que as palavras foram formadas, o grupo se dirigiu ao centro do gramado para umaselfie. Em seguida, estudantes de artes cênicas realizaram uma performance e orientaram a formação de uma ciranda. Aos poucos o público foi se dispersando. Não foi registrada nenhuma ocorrência de violência durante o protesto.
Os manifestantes aproveitaram a ocasião para divulgar outro ato que será realizado amanhã (25), a partir das 17h30, em frente ao Supremo Tribunal Federal. O foco do protesto será o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Organizadores pediram para que o público compareça e leve vassoura, rodo e balde.
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