O secretário nacional de Finanças do PT, Márcio Macêdo, afirmou, nesta segunda-feira (7), que há uma “uma ação sincronizada” da oposição, de setores do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal e dos grandes conglomerados de mídia contra o ex-presidente Lula para tentar impedi-lo de disputar a Presidência novamente em 2018. Para o petista, a condução coercitiva do ex-presidente, que ocorreu na semana passada, dentro da Operação Lava Jato, foi um “abuso” e um golpe contra a democracia.
“Que as pessoas possam refletir sobre o que ocorre no país neste momento. Existe um golpe em marcha. O que ocorreu com Lula na última sexta-feira foi um teste para ver se teria reação popular, além de ter sido uma tentativa de influenciar a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o pedido feito pelo ex-presidente de manter a investigação sobre ele no Ministério Público de São Paulo. A condução coercitiva de Lula foi um abuso de autoridade, um sequestro, um exagero, para tentar desmoralizar o maior líder popular deste país. O que está em jogo no país não é Lula, nem o PT, mas sim a jovem democracia brasileira, o respeito às leis e às liberdades individuais”, afirmou ele em entrevista à rádio 103 FM.
Ele ressaltou que não está defendendo privilégios para Lula, mas pontuou que a lei precisa ser respeitada, o que no caso do ex-presidente não ocorreu, uma vez que ele foi levado coercitivamente para prestar um depoimento, antes mesmo de uma intimação. “Ninguém está acima da lei, nem também o juiz. O juiz que está com a toga e tem o poder de exercitar a lei não pode rasgar a Constituição brasileira”, ressaltou.
Para o representante do PT, o Brasil vive um momento de acirrada disputa política, que tem criado um clima de confronto de classe. “Isso quebra a cordialidade brasileira e divide o país ao meio. Isso está sendo feito pela grande mídia em acordo com a oposição, que não tem projeto, nem força eleitoral e quer impedir Lula de disputar 2018”, pontuou.
O petista alertou que “os atos de ódio, intolerância e falta de respeito que ocorrerem daqui para frente será de responsabilidade dos grandes conglomerados de comunicação, dos partidos de oposição e de setores da Justiça, do MP e da PF que estão criando um estado de exceção dentro do estado de direito”.
Márcio Macêdo destacou que a maioria da população brasileira desaprovou o modo como se deu a condução coercitiva de Lula. Ele citou os dados divulgados pelo instituto de pesquisas Vox Populi. “A pesquisa mostrou que o Brasil reprovou, que houve um exagero. 56% dos brasileiros desaprovaram a inclusão de Lula na Lava Jato e 43% desaprovaram a conduta do juiz Sérgio Moro. 65% viram exagero na condução coercitiva e 57% disseram acreditar na palavra de Lula”, destacou.
Ele elogiou o posicionamento do governador Jackson Barreto contra o golpe e destacou o ato realizado pelo PT e pelos movimentos sociais e centrais sindicais em Aracaju. “Nesse episódio me impressionou e me emocionou a capacidade de reação do PT e dos movimentos sociais que dialogam conosco. Mais de mil cidades fizeram manifestações de apoio. Aqui em Sergipe, o PT deu demonstração de muita unidade junto aos movimentos sociais e aos companheiros da Frente Brasil Popular, CUT, MST, CNP. O ato de Sergipe foi muito significativo na defesa da democracia e no desagravo a Lula Fiquei orgulhoso também em ver o governador Jackson Barreto ser um dos primeiros gestores a condenar os excessos da Lava Jato”, disse.
O secretário de Finanças do PT anunciou que haverá ao longo de março uma série de atos em defesa da democracia em todo o país. O primeiro dia de manifestações é nesta terça-feira (8), durante as comemorações pelo Dia da Mulheres. Outros protestos ocorrerão nos dias 18 e 31 deste mês. No mês que vem, segundo informou Márcio Macêdo, o ex-presidente viajará todo o país para dialogar com a população sobre o que está ocorrendo. “Não deixam alternativa a Lula que não seja pedir apoio ao povo”, justificou. Lula começará viajando pelo Nordeste.
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Da Assessoria de Imprensa