Foi lançado em Nossa Senhora da Glória, distante 118 quilômetros da capital sergipana, o programa Sertão Empreendedor: Um novo tempo para o semiárido. O programa que será desenvolvido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR Sergipe conjuntamente com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) tem o objetivo de ajudar aos empreendedores rurais, incluindo seus familiares e colaboradores a superar as dificuldades impostas pela falta de chuvas e produzir em meio à seca.
“Superar as dificuldades são os maiores desafios para quem vive no semiárido brasileiro. O sertanejo, mesmo sendo um forte, como afirmou Euclides da Cunha, está cansado de esperar. Precisa de alternativas, de acesso a tecnologias que permitem conviver com o clima e trabalhar em diversas atividades. E isso é possível porque o semiárido brasileiro, apesar de todas as adversidades, é o que registra o maior volume de chuva em relação a outras regiões semelhantes do planeta”, destacou o coordenador técnico do SENAR Brasil, Joaci Medeiros.
O programa visa promover a competitividade e sustentabilidade dos empreendimentos rurais no semiárido brasileiro através do fomento à inovação, ao empreendedorismo e a difusão das tecnologias sociais, de produção, gestão e boas práticas de convivência com o semiárido. Pautada na qualificação profissional com orientação técnica, a implantação de novos negócios rurais e a consolidação dos já existentes, em especial em municípios que sofrem constantemente com secas e estiagens prolongadas, certamente contribuirá para o crescimento social e econômico, com melhoria na qualidade de vida dos empreendedores rurais, incluindo a de seus familiares e colaboradores. Viabiliza-se, desta maneira, uma melhor convivência nas adversidades existentes e, principalmente, um desenvolvimento produtivo mais sustentável nessa região.
De acordo com o superintendente do SENAR Sergipe, Denio Leite o foco principal do programa é promover a sustentabilidade dos produtores na sua propriedade. “O objetivo é que o produtor passe a enxergar sua propriedade como uma empresa e passe a gerenciar todas as informações, aumentando assim sua produção e sua rentabilidade”, antecipou.
O programa terá 4 anos de duração, nos dois primeiros anos serão atendidos 140 produtores – 20 por município, nos dois seguintes, mais sete cidades e outros 140 produtores. Todos os municípios selecionados são da região do semiárido sergipano. Conheça os municípios da primeira etapa: Nossa Senhora da Glória, Porto da Folha, Poço Redondo, Canindé do São Francisco, Frei Paulo, Carira e Ribeirópolis.
O gestor do programa Sertão Empreendedor do SEBRAE, Luiz Inácio Toshio Nakanishi, lembra que para que os municípios possam participar do programa precisam ter regulamentada a Lei Geral – cria ambiente favorável para pequenos negócios. “Vamos oferecer palestras, oficinas, capacitações e unidade demonstrativa de cultivo intensivo da palma e barragem subterrânea”, contou.
O produtor rural da cidade de Nossa Senhora Aparecida, Marcelo Almeida participou do lançamento do programa. Para ele, a proposta é interessante, principalmente porque visa mudar o comportamento do homem do campo. “Temos tecnologias, mas precisamos buscar alternativas mudando o paradigma do homem do campo, temos que deixar de esperar a chuva e nos anteciparmos ao problema. A seca vai chegar, mas temos que ter planejamento. Acredito que a aceitação do produtor rural ao programa será sucesso”, opinou.
O programa Sertão Empreendedor vai incentivar as seguintes tecnologias: Captação e conservação hídrica (barragem subterrânea, poço amazonas com anéis de cimento, cisterna calçadão e barreiros de salvação); Produção de forrageiras (palma forrageira em sistema adensado, gramíneas, leguminosas, fontes proteicas e energéticas) e Conservação de forragens (fenação, ensilagem e amoniação). Além disso, o programa pretende difundir atividades com potencial econômico na região, como a ovinocaprinocultura, a apicultura, a fruticultura, a fabricação de produtos e alimentos a partir da palma forrageira, o turismo rural e a energia solar, entre outras.
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Ascom/Senar