Mais de R$ 13 trilhões em impostos foram arrecadados no país de 2005 a 2015. Os valores chegam a assustar e anualmente têm recordes consecutivos. Nesta quarta-feira (30), aproximadamente às 11h (horário de Brasília), o impostômetro registrou outro montante inédito: R$ 2 trilhões. Mais de 20 aparelhos comunicaram a virada; oito deles aos contribuintes de Aracaju (SE), Belém (PA), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN) e Recife (PE), em funcionamento nas unidades da Faculdade Maurício de Nassau, sob autorização do IBPT.
“A carga tributária no Brasil é perversa, pois atinge os mais pobres, taxando em especial os bens de consumo. Pagamos muitos impostos e não temos o devido retorno em relação aos serviços públicos, que não têm tanta qualidade”, comenta Sérgio Murilo, coordenador do Instituto Ser Educacional, pertencente ao grupo que mantém as unidades de ensino e de onde partiu o intuito de instalar impostômetros delas.
O número é difícil de assimilar, no entanto, sabe-se que a quantia de R$ 1 trilhão daria, por exemplo, segundo o IBPT, para fornecer cestas básicas para toda população do Brasil por 21 meses, construir mais de 3,5 milhões de postos de saúde ou 80 milhões de salas de aula equipadas. Estima-se que o brasileiro trabalhe cinco meses por ano para pagar tudo que é cobrado – o dobro do trabalhado na década de 1970 para o mesmo fim. Apenas em Sergipe, a arrecadação já ultrapassa os R$ 2 bilhões.
A inauguração do impostômetro em Aracaju ocorreu no dia 12 de setembro deste ano, na Faculdade Maurício de Nassau. O painel eletrônico já marcava a quantia de R$ 1,3 trilhão e, em pouco mais de três meses, mais de R$ 700 bilhões derivados de impostos foram arrecadados em todo país. A instalação proporcionou aos sergipanos um reforço à cidadania. Assim, é possível exigir mais transparência nos recursos e na aplicação correta deles.
Manifestação
No dia 21 de dezembro, foi realizada uma manifestação para alertar a população sobre a virada do impostômetro para os R$ 2 trilhões. Cerca de 50 pessoas – entre empresários, representantes de entidades empresariais, professores e estudantes – fizeram panfletagem apresentando aos motoristas que transitavam pela Avenida Delmiro Gouveia, em Aracaju, a carga tributária cobrada sobre os bens de consumo no Brasil. O objetivo foi despertar o senso crítico da população para cobrar o retorno dos altos impostos pagos. A ação contou com a presença de instituições como a Federação do Comércio de Sergipe (Fecomércio-SE), a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e a Academia Sergipana de Ciências Contábeis.
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Ascom/Faculdade Maurício de Nassau