Sergipe reúne várias condições para cultivar e exportar a soja não transgênica. Esta foi a conclusão do debate que reuniu representantes da Secretaria de Estado da Agricultura Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), Embrapa Tabuleiro Costeiros e Comitê de Investimentos do Terminal Marítimo Inácio Barbosa (TMIB). De acordo com o representante do Governo de Sergipe no TMIB, José Oliveira Júnior, o Brasil já exporta o grão por Sergipe.
“Este ano, dois navios já saíram do Terminal Marítimo Inácio Barbosa com 54,7 toneladas do produto. Precisamos, agora, estimular o cultivo, produção e exportação da soja sergipana. Por esse motivo, o Comitê de Investimentos do Terminal Marítimo convidou a Seagri e Embrapa para amadurecer esse debate sobre as possibilidades de implementação do cultivo do grão no estado, voltado para a exportação”, explicou o assessor especial, acrescentando que a ampliação da atividade produtiva para exportação é uma das prioridades do planejamento estratégico do Governo de Sergipe.
Já o secretário de estado da Agricultura, Esmeraldo Leal, afirmou que os agricultores sergipanos têm uma impressão muito boa sobre o cultivo da soja. “Ouvi o testemunho de pequenos produtores particulares que plantaram o grão para complemento da ração animal, e a impressão foi muito boa. É importante agora conhecermos a experiência da Embrapa nas áreas de cultivo experimental”.
Logística e mercado
O representante da diretoria comercial da empresa Valor da Logística Integrada (VLI), Eduardo Calleia Juger, apresentou um estudo mostrando as condições favoráveis de malha de transporte e portuária do estado. “O estado reúne condições logísticas importantes para fomentar ainda mais operações comerciais com a soja, e existem meios para se viabilizar uma estrutura produtiva e comercial que envolva a Bahia, Sergipe e Alagoas”, disse.
Calleia disse que existe um mercado internacional garantido para a compra da soja não transgênica, em especial para o Japão, que privilegia a compra de soja orgânica para produção de alimentos. Ainda segundo o representante da VLI, o modelo de produção proposto é sustentável com selo social, ou seja, a ideia é cultivar um produto com grande valor proteico, originado da agricultura familiar – como acontece com a produção de milho – e que combine com o plantio de outras culturas sem provocar degradação ambiental.
Estudos
O Pesquisador da Embrapa, Sérgio Oliveira Procópio, explicou que existe um estudo do órgão, resultado de três anos de pesquisa, sobre a soja em Sergipe. “A empresa de pesquisa desenvolveu uma variedade de soja que se adapta muito bem ao tipo de clima e solo nesta região. O Agreste sergipano, por exemplo, apresenta um solo com alta fertilidade e temperaturas mais baixas durante a noite, favorecendo o cultivo. O cultivo deve ser feito no período de chuva, entre abril a setembro, sendo que de 15 de maio a 15 de agosto é quando ocorre melhor volume histórico das chuvas no estado”.
Pesquisadores da região sul ficaram surpresos com o resultado dos experimentos da soja em Sergipe. A média de peso de um grão fica entre 15 a 18 gramas, mas em Frei Paulo chegou a pesar 25 gramas, com 21% de oleosidade e 41% de proteínas.
Ampliação do debate
Os representantes do Governo de Sergipe, da Embrapa e VLI decidiram ampliar o debate. Eles realizarão, ainda em novembro, mais um encontro, e convidam instituições financeiras, sindicatos de trabalhadores rurais e outras instituições de representação dos agricultores e operadores comerciais a exemplo da Multigrain.
Fonte: Agência Sergipe de Notícias