Sergipe receberá mais de mil novos postos de trabalho. As empresas Ferreira Costa e Saint-Gobain abrem suas portas este semestre, investindo R$ 330 milhões no estado e movimentando os mercados de construção civil e embalagens do Nordeste. A chegada das duas empresas comprova a solidez da economia sergipana, que nos últimos dois anos atraiu mais de cem empreendimentos, os quais geraram nove mil empregos.
O Grupo Ferreira Costa é considerado o maior home center do Norte-Nordeste e, com mais de 130 anos de fundação, ocupa o 7º lugar no ranking nacional das lojas de material de construção, de acordo com a revista Anamaco. Segundo a assessoria do Grupo, a inauguração está prevista para novembro e serão ofertados 500 postos de trabalho.
Diretor da Empresa, Guilherme Ferreira Costa, explicou que a Ferreira Costa está em processo de expansão e viu em Sergipe as condições ideais para receber um novo investimento.
“Sergipe tem tido um grau de desenvolvimento acima da média do Nordeste, com a maior renda per capita e investimentos interessantes, como fábricas de cimento, indústria vidreira e região do petróleo, todas as qualidades para receber um investimento de R$ 80 milhões e gerar 500 empregos diretos, podendo chegar a 600. Estamos sendo muito bem acolhidos. Recebemos a colaboração municipal e também do Governo do Estado”, informou Guilherme. Além disso, ele explica que Sergipe está próximo dos dois maiores mercados nordestinos: Recife e Salvador.
Para o assessor especial do governo e economista Ricardo Lacerda, a instalação de unidades da Ferreira Costa e Saint-Gobain corrobora as transformações econômicas de Sergipe nos últimos oito anos, que diversificou seu parque industrial e interiorizou o desenvolvimento e geração de emprego.
“A chegada dessas duas empresas é um reconhecimento que o empresariado tem dado a Sergipe. A Ferreira Costa é a segunda maior rede nacional de Home Center de material de construção. Ela tem grandes unidades em Salvador e Recife e os empresários escolheram Aracaju por conta do ambiente de negócios e do poder de compra do estado. Então essa empresa percebeu as transformações que Sergipe alcançou e o poder de compra das famílias. É um reconhecimento às transformações econômicas do estado”, informou.
Em abril, o governador Jackson Barreto recebeu diretores do Grupo e discutiu a abertura do mercado para fornecedores locais. Na ocasião, ele destacou a força do mercado nordestino e sergipano.
“A Ferreira Costa vir para Sergipe significa que as coisas estão andando. Eles vão ajudar a fortalecer ainda mais a nossa economia e a gerar empregos num setor dos mais importantes, que é o de materiais para a construção civil. Nossos indicadores sociais trouxeram para Sergipe a Ferreira Costa. As pessoas estão investindo porque acreditam no potencial do nosso estado e, sobretudo, acreditam que Sergipe faz a diferença no Nordeste por sua renda per capita e seu PIB. Estamos extremamente satisfeitos, pois a chegada significa mais desenvolvimento, emprego e renda para nossa gente”, afirmou o governador.
Saint-Gobain
Também este semestre, o grupo vidreiro Saint-Gobain inicia as operações em Estância. A unidade será a quarta e mais moderna empresa da Verallia no Brasil. De acordo com os empresários, a previsão de início das atividades é dezembro, com geração de 195 empregos diretos e 600 indiretos quando atingir o pleno funcionamento, a partir de um investimento de mais de R$ 250 milhões.
A unidade produtiva contará com equipamentos de última geração, operados com alto nível de automação que na primeira etapa produzirão 80 mil toneladas de vidro, o que corresponde a 200 milhões de embalagens. A nova fábrica, além de respeitar integralmente as normas ambientais, terá como fator determinante em seu projeto, construção e operação, a preocupação com a sustentabilidade e a segurança de seus colaboradores.
Representante do Grupo, Bernoit d’Iribarne disse que a escolha de Sergipe e Estância como sede se deu por apresentar condições favoráveis de localização, estratégica e infraestrutura. “Tivemos o apoio muito grande governo. Temos certeza de que a nossa proposta de trabalho, além de contribuir com o desenvolvimento, tem todos os componentes para ser um verdadeiro sucesso”, disse. A expectativa dos empresários é que os primeiros produtos estejam no mercado a partir de outubro.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Francisco Dantas ressalta que a empresa criará um polo vidreiro em Sergipe. “A Saint-Gobain traz com ela empresas agregadas. São empresas grandes que gerarão mais postos de trabalho. A Saint-Gobain é uma indústria de embalagem de vidros e que veio atender toda indústria de alimentos do Nordeste. Veio para Sergipe, em grande parte, por conta da dotação de recursos naturais, da matéria-prima que ela usa. Veio também porque Sergipe tem um ambiente de negócios favorável”.
Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial
Sustentado pelo tripé que envolve incentivos fiscais competitivos, ambiente de negócios simplificado e infraestrutura locacional, o estado de Sergipe mantém-se atrativo economicamente. Ao logo dos últimos oito anos, o parque industrial do estado renovou-se, ampliando o número total de empresas, bem como as áreas de atuação.
“Essa crise atinge o Brasil todo. Agora é fato também que os estados do Nordeste estão sendo menos impactados que os industrializados do Sul e Sudeste. O que o Governo procura fazer é continuar com sua política de atração de empresas para o estado e fortalecer outras atividades, como agricultura familiar, pequenas e micros empresas”, afirma o economista Ricardo.
Lacerda explica que o Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI) é importante para a interiorização do desenvolvimento. O Programa visa incentivar e estimular o desenvolvimento socioeconômico estadual mediante a concessão de apoio aos investimentos, em parceria com prefeituras municipais. Outro fator é o incentivo fiscal, em que o empreendimento pode ter descontos de 92% ou até de 93,8% no pagamento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
“Ainda que a decisão da localização da fábrica seja sempre do setor privado, o Governo busca induzir as indústrias para regiões carentes de desenvolvimento e que disponham de mão de obra requerida por aquela atividade, ofertando inclusive possibilidade de treinamento para a população local. O principal instrumento do Governo é o PSDI, que oferece incentivos maiores para as empresas se localizarem nas regiões mais pobres. Inúmeras delas se instalaram em cidades do interior, litoral, Agreste e Sertão. Cabe destacar o apoio locacional que tem sido ofertado pelo Governo, como a implantação do Complexo Empresarial Governador Marcelo Déda, em Tobias Barreto, e também em outros municípios como Estância, Itabaiana. Existem outras questões ainda como o ‘ambiente de negócio’ que desburocratiza o acesso da indústria na Junta Comercial”, disse.
Call Center
Outro setor que ganha destaque na economia sergipana é o de Call Center. O grupo Almaviva, instalado no bairro industrial em Aracaju, iniciou as atividades com três mil funcionários e atualmente possui 5.200 trabalhadores ativos, 70% deles no primeiro emprego. Este ano, uma empresa paulista do ramo anunciou a instalação de uma unidade em Sergipe com capacidade de gerar 6 mil empregos. O empreendimento representará um investimento de R$ 50 milhões e deverá ser localizado na região metropolitana de Aracaju.
Na avaliação do secretário de Desenvolvimento Econômico Francisco Dantas, Sergipe pode se tornar um grande poço da atividade. “Call Center era um atividade econômica inexistente em nosso estado e passou a ser um dos setores com números crescentes na geração de emprego, na área de serviços. Estamos buscando atrair mais Call Centers, levando o setor para o interior do estado. Recentemente, estive em São Paulo onde me reuni com mais uma empresa do ramo, para tratar da instalação de uma unidade no interior. Queremos transformar o nosso estado num grande polo do setor, abrindo perspectivas de trabalho para nossa juventude”, informa Chico Dantas.
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Agência Sergipe de Notícias