Neste terça-feira (07), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/SE) volta a ouvir as testemunhas referidas nos processos de irregularidades no repasse e na aplicação de verbas de subvenção social da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese).
Estas testemunhas foram indicadas pela Procuradoria Regional Eleitoral após terem sido citadas por outras pessoas em fases anteriores de oitivas.
A partir das 8h, o juiz Fernando Escrivani Stefaniu ouvirá Edivânio Fonseca de Jesus, Elton Leandro Carvalho Oliveira e Gilvan da Silva Fonseca, ligados à Associação de Moradores de Moita Bonita e Maria Cardoso Vieira e Dilson Cavalcanti Batista Filho, ligados à Associação Antonio Vieira Lima Neto, de Itabaianinha.
Já a partir das 16h, serão ouvidos Wacil Leandro De Moraes Junior, Augusto Cesar Melo de Souza e Luciana brito dos Santos Melo, ligados à Associação de Cooperação Agrícola do Estado de Sergipe (Acase); Diogo Andrade, vinculado ao caso da Sociedade Musical Lira Nossa Senhora da Purificação de Capela; Adailton Lima Silva, ligado à Associação Comunitária Nossa Senhora da Conceição do Povoado Cobra D’água, em Pacatuba, e Maria Valdiná, vinculada à Associação Comunitária Gabriel Arcanjo de Oliveira, de Tobias Barreto.
Moita Bonita – Em relação à Associação de Moradores de Moita Bonita Edivânio Fonseca de Jesus será ouvido porque foi apontado como tesoureiro da entidade pelo presidente Fabiano Costa Fonseca. Gilvan da Silva Fonseca será interrogado pois foi apontado pelo presidente da associação como pessoa influente na gestão da entidade, além de ser vereador no município de Moita Bonita. Por fim, Elton Leandro Carvalho Oliveira deverá explicar o recebimento de cheques da instituição.
A associação não foi localizada pelas investigações da PRE e segundo o próprio Fábio Fonseca, funcionava em sua casa. A entidade recebeu R$ 155 mil dos deputados Luiz Mitidieri e Venâncio Fonseca.
Itabaianinha – No caso da Associação Antônio Vieira Lima Neto, Maria Cardoso Vieira será ouvida por ter sido apontada pelo presidente da instituição como pessoa de influência na gestão financeira da instituição, além de ser ex-mulher do deputado Raimundo Vieira Lima (Mundinho da Comaze). Já Dilson Cavalcanti Batista Filho, deverá prestar esclarecimento sobre o recebimento de váriso cheques da entidade.
A associação recebeu R$ 439 mil em verbas de subvenção da Alese, repassadas pelo deputado Mundinho da Comaze.
Aracaju – No período da tarde, serão ouvidas três testemunhas ligadas à Associação de Cooperação Agrícola do Estado de Sergipe (Acase). Wacil Leandro De Moraes Junior será ouvido porque foi citado pela presidente da entidade Rita Henrique e é sócio da empresa BHS Serviços e Promoções de Eventos Ltda. Também serão interrogados Augusto César Melo de Souza e Luciana Brito dos Santos Melo, administradores da empresa Premium Consultoria e Assessoria Ltda, que prestou serviços à entidade.
A Acase foi beneficiada com R$ 213 mil, destinadas pelo então deputado estadual João Daniel, mas o valor é incompatível com as atividades da associação, na visão da PRE/SE.
Capela – No caso da Sociedade Musical Lira Nossa Senhora da Purificação, Diogo Andrade, funcionário do Banese, e reponsável pela transação financeira de saque da conta da associação. A entidade recebeu R$ 300 mil em verbas de subvenção do então deputado estadual Adelson Barreto.
Pacatuba – Adailton Lima Silva será ouvido no caso da Associação Comunitária Nossa Senhora da Conceição do Povoado Cobra D’água, em Pacatuba. Adailton, esposo de Maria Izabel Feitosa, proprietária da Izaita Produções, empresa beneficiada com três cheques da instituição.
A associação recebeu R$ 450 mil do deputado Jefferson Andrade, apesar de não ter sequer uma sede para funcionar. Está programado o depoimento de Edna dos Santos, presidente da associação, que afirmou que a entidade aplica as verbas em cursos e festas.
Tobias Barreto – Em relação à Associação Comunitária Gabriel Arcanjo de Oliveira, será ouvida Maria Valdiná, apontada pela contadora Maria Sirlei Araújo dos Reis como a presidente da associação.
A entidade recebeu R$ 250 mil dos deputados Venâncio Fonseca e Mundinho da Comaze. A associação funciona em estrutura precária e presta serviços assistencialistas como distribuição de cestas básicas e transporte para tratamento médico em Aracaju.
Relembre o caso – Em dezembro de 2014, a Procuradoria Regional Eleitoral em Sergipe (PRE/SE) ajuizou 25 ações contra 23 deputados da legislatura vigente à época na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), por irregularidades no repasse e na aplicação de verbas de subvenção social. Também foi processada a ex-deputada e atual conselheira do Tribunal de Contas do Estado, Suzana Azevedo. Além de os valores terem sido repassados ilegalmente, por conta de proibição na legislação eleitoral, o levantamento inicial identificou pelo menos R$ 12,4 milhões desviados de sua finalidade.
Fonte: MPF