Neste momento Professores da Rede Estadual de Sergipe, que estão em greve desde o dia 18 de maio, se algemaram e estão no Palácio de Despachos de onde só sairão quando conseguirem audiência com o governador Jackson Barreto ocupam o Palácio de Despachos, sede do governo do Estado, em Aracaju. Em protesto, professores se algemaram e só sairão do Palácio quando o governador do Estado, Jackson Barreto, receber em audiência a Comissão de negociação do SINTESE.
No fim da manhã de hoje (quarta-feira, 27) o vice-governador, Belivaldo Chagas, recebeu membros da comissão de negociação do SINTESE. Mais uma vez, Belivaldo Chagas colocou que as reivindicações dos professores só poderão ser analisadas pelo Governo após a publicação do relatório financeiro do primeiro quadrimestre de 2015. De acordo com o vice-governador a reunião entre a equipe econômica do Estado e governador Jackson Barreto deve ocorrer entre segunda (1) e terça-feira (2) da próxima semana.
A comissão de negociação do SINTESE reafirmou a posição da categoria de só deixar o Palácio de Despachos diante de marcação de audiência com o governador Jackson Barreto. O vice-governador e o governador do Estado se reunirão hoje, 16h:30. Belivaldo Chagas se comprometeu a entrar em contato com a direção do SINTESE ao final da reunião para dar resposta sobre a audiência. Até lá os professores continuarão ocupando o Palácio de Despachos.
“Não vamos arredar pé daqui. Não merecemos o tratamento criminalizador que o governo do estado tem nos dado. Nossa luta é por direitos, por respeito, por educação de qualidade social para os filhos e filhas dos trabalhadores de Sergipe”, afirma a presidente do SINTESE, professora Ângela Maria de Melo.
Ilegalidade
Na última sexta-feira, em apenas quatro dias de greve, o Desembargador do Tribunal de Justiça de Sergipe, José dos Anjos, acatou a ação liminar do governo do estado e decretou a greve dos professores da rede estadual ilegal. O desembargador estabeleceu multa diária de R$ 10 mil, caso os professores mantivessem a greve.
A categoria, em assembleia ocorrida na última segunda-feira, 25, decidiu pela manutenção da greve por compreender que a ilegalidade está por parte do Governo do Estado, que não cumpre a Lei do piso salarial do magistério e submente crianças e jovens sergipanos a estudarem em escolas precárias.
Na terça-feira, 26, a assessoria jurídica do SINTESE protocolou na justiça um agravo regimental no qual pede a modificação da decisão do desembargador José dos Anjos. O SINTESE argumenta para o desembargador que o governo do Estado não negociou com os professores sobre as questões referentes ao reajuste do piso e sequer deu resposta sobre os demais pontos da pauta que, vale frisar, não se resume somente a questão salarial.
Luta
Os professores de Sergipe lutam por condições dignas de trabalho e por valorização. As escolas da rede estadual estão caindo aos pedaços, faltam materiais didáticos e pedagógicos; a merenda escolar se resume (quando há) a suco de caixa e broa, em total descumprimento ao estabelecido pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar. As escolas são fétidas e sujas devido ao quantitativo insuficiente de executores de serviços básicos. Funcionários administrativos, merendeiras e vigilantes também são insuficientes.
Para tornar este cenário ainda mais tenebroso, a violência circunda e adentra aos protões das escolas e faz professores, estudante e funcionários vítimas da falta de segurança que toma o ambiente escolar.
O governo desrespeita o direito dos trabalhadores da educação e não cumpri a Lei do Piso. Em Sergipe somente professores de nível médio receberam o reajuste do piso salarial do magistério em 2015, estabelecido em 13,01%, ou seja, apenas 40 professores que estão na ativa tiveram o direito de receber o reajuste do piso.
O Piso Salarial do Magistério é um direito assegurado pela Lei Federal 11.738/2008 a todos os professores da rede pública do Brasil. O piso deve ser pago, dentro da carreira, tanto para os professores que têm nível médio como para os com nível superior e pós-graduados.
Diariamente professores são atacados, humilhados e criminalizam na mídia pelo governador Jackson Barreto e pelo Secretário de Estado da Educação, Jorge Carvalho. As mentiras e massacres feitos na TV e nas rádios têm o claro intuito de colocar a população sergipana contra os professores da rede Estadual.
“Jackson Barreto está gastando o dinheiro do Estado, o nosso dinheiro, para dizer mentiras nas rádios e na televisão. Ao invés de usar este dinheiro para realmente investir na educação, garantir aos nossos estudantes condições de aprendizagem, pagar trabalhadores, Jackson Barreto prefere gastar o dinheiro do povo para financiar mentiras na TV”, aponta a vice-presidente do SINTESE, Ivonete Cruz.
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por Luana Capistrano/Sintese