Na noite desta quarta-feira (20) mais um suspeito de participação nos casos de subvenção foi preso por equipes do Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap). A polícia continua o trabalho de investigação e ainda espera a apresentação de duas pessoas.
O preso de ontem foi Dernival Luiz de Moura, encontrado Bairro 13 de Julho, em Aracaju. De acordo com informações da delegada que está à frente do caso, o detido tinha ligação direta com o principal envolvido no caso de subvenções, identificado como Nolet Feitosa Vieira. Com ele foram encontrados carimbos de cartório, carimbos de prefeituras, blocos de cheques, selos falsificados, além de uma série de documentos e a quantia de R$5 mil que seria destinada a Nolet. “Dernival era o braço direito de Nolet e, segundo as investigações, ele estava planejando a fuga dele”, reforçou a delegada.
Ontem, além da prisão de Dernival, outros dois envolvidos no caso das subvenções foram soltos. Clarice Jovelina de Jesus, presidente da Associação de Moradores e Amigos do Nova Veneza (Amanova), e José Agenilson de Carvalho Oliveira foram detidos na última segunda-feira (18) e conseguiram liberdade provisória por terem colaborado com as investigações da polícia, mas ainda responderão na Justiça.
Carlinhos
Durante a apuração feita pelo Deotap, um nome aparecia em destaque. Carlinhos, ou José Carlos dos Santos, era recorrente nos depoimentos, no entanto, o homem, no caso, se chama, na verdade, Nolet Feitosa Vieira, proprietário de posto de combustível e locadora de máquinas, o principal envolvido no caso das subvenções.
Clarice Jovelina, disse que foi procurada por ‘Carlinhos’, que se apresentou como funcionário da Alese e contou que era ele quem movimentava a conta da associação e quem pegava o dinheiro junto ao Banese. Ela disse, ainda, que ia com ele ao banco sacar o dinheiro e depois entregava tudo para ele dá destinação diversa. A presidente contou, também, que assinava os cheques, muitos deles em branco, e disse que quem preenchia os valores e informava sua destinação era Carlinhos.
Em relação à Agenilson, a investigação constatou que ele recebeu cheques em valores altos de até R$ 80 mil. Ele contou no depoimento que não tem proximidade com ‘Carlinhos’, mas disse que estava num bar em determinado dia quando foi procurado por ele e este pediu sua conta emprestado para depositar um dinheiro.
Entretanto, após os diversos depoimentos, Clarisse e José Agenilson confessaram o esquema e disseram o real nome de Carlinhos, sendo que, para não haver problemas nos depoimentos, Nolet chegou a distribuir uma cartilha para os presidentes das associações. Segundo a delegada do caso, há provas claras de que Nolet está envolvido nos crimes.
Ainda de acordo com o Deotap, os envolvidos no caso devem responder por peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A polícia aguarda a apresentação de Nolet e também de Wellington Luiz Goes Silva.
O caso
Desde o final do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) investiga alguns deputados estaduais suspeitos de desviarem verbas, que deveriam ser destinadas a instituições filantrópicas, mas podem ter sido usados em campanhas políticas.
Após investigações, o Ministério Público Estadual entrou no caso e entrou com pedido de prisão dos suspeitos, sendo que a Polícia Civil instaurou 18 inquéritos para apurar cada denúncia isoladamente. (Informações do Jornal da Cidade net)