Esta quinta-feira (30) é o último dia para estudante de faculdades particulares que quer ter o auxílio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) conseguir se inscrever no programa. As inscrições devem ser feitas no site do Fies e depois validadas junto às faculdades.
O Fies permite ao estudante cursar uma graduação em uma instituição particular e, depois de formado, pagar as mensalidades a uma taxa de juros de 3,4% ao ano. O aluno só começa pagar após 18 meses de concluído o curso.
Desde o início do ano os alunos têm encontrado dificuldades para fazer a inscrição. A começar por problemas de instabilidade no sistema. Depois, batalha na Justiça com entidades mantenedores que foram contra o teto estabelecido pelo Ministério da Educação de 6,4% de reajuste nas mensalidades. Teve protestos de estudantes e até troca de ministro no meio disso tudo.
Com orçamento mais restrito, o MEC limitou o crédito para o Fies a instituições e cursos com melhor desempenho. Além disso, desde 30 de março o acesso ao Fies ficou restrito a estudantes com nota igual ou maior a 450 pontos no Enem e maior que zero na redação. A presidente Dilma Rousseff reconheceu que o governo federal errou ao deixar o controle do Fies nas mãos das faculdades particulares e o MEC assumiu a distribuição das matrículas.
O resultado disso pode ser visto nos números de novos contratos do Fies ao longo dos anos. Em 2010, ano de estreia do programa, foram feitos 75,9 mil contratos. Em 2011, 153,9 mil. Em 2012, 368,8 mil. No ano seguinte, 2013, o número subiu para 556,5 novos contratos. Em 2014, o recorde: 732,2 mil novos ingressantes no Fies.
Este ano, segundo o MEC, foram cadastrados 249,9 mil novos contratos até a noite de terça-feira (28), no último balanço divulgado. Uma redução de 66% em relação ao ano anterior.
Muitos estudantes reclamam que não conseguem fazer a inscrição e temem ficar sem o auxílio ao término do prazo.
Para não perder alunos, algumas faculdades têm buscado alternativas. Em Belo Horizonte, uma universidade ofereceu financiamento próprio. Nesse caso, os estudantes pagam 50% das mensalidades durante o curso e a outra metade após a formação.
Entretanto, o ministro da Educação Renato Janine Ribeiro alerta que o aluno deve se atentar aos juros e não se endividar além do que pode comprometer sua renda futura. Os alunos que já fazem parte do Fies não podem recorrer a esta opção e devem fazer a renovação.
O ministro afirmou que os estudantes que buscam a renovação serão atendidos. “Eu garanto que, quem tem refinanciamento, tem um mês de prazo e, nesse mês, vai dar para resolver todas as situações deles. Eles [estudantes] têm que ficar tranquilos”, garantiu Janine.
Com informações do G1, em São Paulo