Do G1, em São Paulo
A equipe do programa “Planeta Extremo”, da TV Globo, viajou ao Nepal para a gravação de um novo episódio e foi surpreendida pelo forte terremoto de magnitude 7,8 no último sábado (25). Os repórteres Carol Barcellos e Cleiton Conservani estão em Katmandu, na capital do Nepal, acompanhando os últimos acontecimentos após um novo tremor atingir o local.
“A situação piorou, a temperatura caiu muito e está chovendo, o que torna a situação dos desabrigados ainda mais complicada, já que um dos principais problemas aqui é que falta tenda para todos. Muitas pessoas vão passar a noite na chuva e no frio, incluindo a gente”, disse Carol.
“A situação é complicada para todo mundo. Nós chegamos no hotel agora há pouco e os hotéis não estão permitindo que os hóspedes vão para os seus quartos. Nós vamos ter que passar a noite ao relento ou embaixo de uma cobertura. Está ruim para os nepaleses e para todos nós. É uma situação muito complicada, todo mundo muito assustado. Nós mesmos, antes de entrar ao vivo, estávamos debaixo de uma marquise e começou a balançar e é uma correira”, afirmou Conservani.
Segundo o repórter, muitos estrangeiros estão arrastando malas pelas ruas, indo em direção ao aeroporto a pé. “As pessoas estão querendo ir embora do Nepal porque está começando a faltar comida e água. Hoje eu vim de Pocara, a 200 quilômetros daqui e comprei 100 garrafas de água para nossa equipe e para quem mais precisar. Então a situação está ficando cada vez mais complicada”, falou Conservani.
Neste domingo (26), um novo tremor de magnitude 6,7, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, foi presenciado pela equipe da TV Globo, que fazia uma reportagem na embaixada brasileira quando os tremores começaram. O tremor secundário, que ocorreu a 10 km de profundidade, também foi sentido no Everest, onde provocou novas avalanches.
Sábado
No sábado (25), um forte terremoto de magnitude 7,8 estremeceu o Nepal, deixando mais de 2.200 mortos e milhares de feridos. O terremoto foi o pior a atingir o país em 80 anos.
O porta-voz da polícia nacional, Kamal Singh Ban, disse que só no país, o número de mortos chegava a 2.152 pessoas, enquanto 4.629 teriam ficado feridas. Um balanço anterior informava sobre 1.953 mortos, segundo a agência de notícias France Press.
A força do terremoto foi sentida também em Bangladesh, Índia, China, Paquistão e no Monte Everest, onde uma avalanche provocada pelo abalo deixou pelo menos 17 mortos. Na Índia, as autoridades estimam em 57 o total de mortos, contra um balanço anterior de 53.
O tremor ocorreu às 3h11 (de Brasília), a 77 km ao noroeste de Katmandu e a 15 km de profundidade. Outras quatro réplicas menores atingiram o país logo após o terremoto mais potente.
“Há relatos de danos generalizados. A devastação não está confinada a algumas áreas do Nepal. Quase todo o país foi atingido”, disse Krishna Prasad Dhakal, vice-chefe da missão na embaixada do Nepal, em Nova Déli.
Testemunhas disseram às agências de notícias que o terremoto durou entre 30 segundos e dois minutos. Milhares de pessoas deixaram seus lares e estão nas ruas da capital, Katmandu, com receio de que casas e prédios desmoronem.
As equipes de resgate continuavam as buscas por sobreviventes no domingo, uma tarefa complicada pelos fortes tremores secundários e pelo difícil acesso às zonas afetadas.
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