Um comparativo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) de janeiro a abril de 2014 e 2015, sendo os dados deste ano ainda parciais, mostrou que houve um aumento significativo no número de casos de Dengue no Estado. O aumento não representa um risco de epidemia, mas os cuidados devem ser intensificados.
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Endemias da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Sidney Sá, os números são preocupantes. “De janeiro a abril de 2015 já foram notificados 2.789 casos e 759 confirmados. No mesmo período do ano passado foram 919 notificações e 405 confirmações”, contabilizou a coordenadora.
“Por outro lado não foi registrado em Sergipe, até o momento, nenhum caso de Febre Chikungunya. Apenas uma pessoa foi tratada porque veio de Feira de Santana doente. O município baiano é uma das localidades que mais registrou casos da doença no Brasil”, complementou Sidney Sá.
Os 10 municípios que mais notificaram e confirmaram foram: Aracaju (1405 notificações/ 488 confirmações), Itabaianinha (176/04), Itabaiana (147/28), Estância (125/28), Neópolis (119/81), Carira (111/00), Lagarto (70/52), Itaporanga D’Ajuda (64/52), São Cristovão (55/09) e Barra dos Coqueiros (54/10).
“Mesmo com esse número crescente de casos da doença e a existência da subnotificação, que é a não informação dos casos às Secretarias Municipais de Saúde por parte dos profissionais de saúde, o Estado de Sergipe não passa por epidemia de Dengue, a exemplo de outros estados do Brasil. Para uma epidemia teríamos que ter uma incidência da doença de 300 casos notificados para cada 100 mil habitantes. Estamos com 125 para cada 100 mil”, disse Sidney Sá.
Para a coordenadora, mesmo não estando em epidemia, é necessário que as ações de controle e prevenção ao mosquito transmissor da Dengue sejam intensificadas por parte dos gestores municipais e com a ajuda da população.
“A responsabilidade do combate à doença é de todos. A população deve ficar atenta à água limpa e parada dentro de casa e os municípios devem colocar agentes de endemias para visitar os imóveis. A Secretaria de Estado da Saúde apóia os municípios com capacitações, envio da Brigada Itinerante e o Carro Fumacê”, disse.
A Brigada Itinerante é composta por um grupo de agentes de endemias que complementa o trabalho dos agentes municipais nas visitas aos imóveis para busca, tratamento e destruição dos criadouros. Para que a Brigada visite o município, esta deve ser solicitada pelo gestor local e agendada no Núcleo de Endemias da SES.
Até o final de abril a Brigada Itinerante já terá passado por 21 municípios este ano. Este mês já foi em Itabaianinha, Siriri, Aquidabã e Pinhão. Ainda passará em Itabaiana e Tobias Barreto. Em maio os municípios visitados serão: Pedrinhas, Areia Branca, Capela, Laranjeiras, Salgado e Rosário do Catete.
O Carro Fumacê é utilizado quando há altos índices de infestação do mosquito. Este também deve ser solicitado, mas será atendido mediante análise técnica da SES. No próximo mês os veículos circularão em Aracaju, Tobias Barreto e Pinhão.
Sintomas e investigação de casos
Alguns tipos de viroses (que têm sintomas parecidos com os da Dengue) têm acometido as pessoas, porém a primeira suspeita que os médicos devem ter é relacionada à Dengue.
“Há várias doenças com manchas na pele e a Dengue deve ser a primeira suspeita dos médicos, pois temos confirmados muitos casos. Se o exame não der positivo para Dengue, a investigação pode ser feita para detectar a Febre Chikungunya, principalmente se houver dores articulares perdurando mais de 10 dias, e o parvovírus”, disse Marco Aurélio Góes, médico infectologista da SES.
Fonte: Asscom SES