Por Valter Lima, do Sergipe 247
A oposição promete dar uma trégua ao governador Jackson Barreto (PMDB) nos cem primeiros dias da sua nova gestão. A informação é do deputado federal André Moura (PSC). Ele, no entanto, frisa que os integrantes do seu agrupamento continuarão atentos aos atos do governo “mostrando erros, mas sem fazer uma oposição rancorosa”.
“Não vamos cruzar os braços e ficar dentro de casa, porque perdemos a eleição. Vamos continuar mostrando os erros, mas esse é um momento novo, que, por tradição, no início de cada governo, a oposição dá uma trégua. Embora seja um o governador reeleito, ele está iniciando uma nova gestão, com outra equipe, então tem esses cem primeiros dias para arrumar a máquina. E nós torcemos para que ele ajuste a gestão da melhor maneira possível. Mas o que ele errar nós vamos mostrar, mas será uma oposição construtiva, sem ser odienta nem rancorosa”, afirmou.
André pontua que o processo eleitoral de 2014 é “página virada”. “Respeitamos as urnas. Não é momento de trazer a eleição para o debate. É momento de construirmos o futuro. E isso se constrói com o governo fazendo seu papel e a oposição o papel dela”, disse. O parlamentar ressalva que 43% da população, que votou em Eduardo Amorim (PSC) para governador, entendeu a mensagem da oposição. “Por isso, não podemos desistir de Sergipe. Temos que entender o recado do povo e continuar na oposição. Logico que eu não queria mais ser oposição, queria estar ao lado de Eduardo Amorim para construir um novo Sergipe, mas não podemos deixar de fazer oposição, porque perdemos eleição”, justificou.
“Coerência”
Questionado se o agrupamento de oposição se mantém coeso, mesmo diante das informações da existência de parlamentares que já se comprometeram em apoiar o governo em votações na Assembleia Legislativa, André Moura respondeu que seu bloco continua coeso, seguindo as orientações que são defendidas pela maioria, mas cobrou coerência dos integrantes do bloco oposicionista.
“Espero que os deputados possam agir com coerência. Cada um tem independência suficiente, ninguém é dono do mandato do outro, mas cada um tem que prestar contas do mandato aos que o elegeram. Espero que todos tenham essa responsabilidade. Eles foram eleitos defendendo estes projetos. Fizeram oposição ao governo, foram para a campanha fazendo oposição, mas, de uma hora para outra, o governo passa a ser o melhor de todos e se tornam aliados? Isto precisa ser explicado, caso ocorra, porque eles devem prestar contas à sociedade. Não sei se teremos perdas, mas vamos aguardar. Quem deve cobrar posição de cada um é o eleitor”, argumentou.
2016
Ao tratar da eleição de 2016, principal em Aracaju, André diz que seu agrupamento não tem nenhum acordo para apoiar o prefeito João Alves Filho (DEM), mas ressalta que não há impedimentos para a construção de uma nova aliança. No entanto, o deputado diz que, dentro do seu grupo, há um “sentimento pelo lançamento de uma candidatura própria”.
“Podemos sim apoiar o prefeito, embora a gente não tenha nenhum compromisso já firmado neste sentido, mas há um sentimento forte para que lancemos uma candidatura própria. 2016 é uma nova história. Viramos a página de 2012 e a página de 2014. Sabemos que um grupo que tem um projeto político sólido, não pode deixar de lançar candidatura na capital”, afirmou. Perguntando sobre possíveis nomes, ele preferiu não se antecipar. “Temos muitos quadros”, frisou.