por Valter Lima, do Sergipe 247 – Os novos 24 deputados estaduais de Sergipe tomarão posse hoje, em sessão especial na Assembleia Legislativa, a partir das 15h. Também ocorrerá a eleição da Mesa Diretora, que comandará os trabalhos legislativos pelos próximos dois anos. Luciano Bispo (PMDB) foi eleito presidente da Assembleia. Ele encabeça, até o momento, a única chapa que foi divulgada oficialmente. Dos 24 deputados estaduais que serão empossados, 15 foram reeleitos, dois retornam ao parlamento e sete são estreantes.
Na nova formação legislativa, a maioria dos deputados é da base que dá sustentação ao governo Jackson Barreto (PMDB). Ele terá o apoio de 14 deputados. A oposição será composta por dez integrantes, o que representa uma inversão da correlação de forças da legislatura passada, quando a bancada oposicionista era maioria. Além disso, há na oposição dois parlamentares que já declararam que tendem a acompanhar o governo nas votações.
Serão empossados hoje os deputados reeleitos Ana Lúcia (PT), Augusto Bezerra (DEM), Goretti Reis (DEM), Garibaldi Mendonça (PMDB), Gilson Andrade (PTC), Gustinho Ribeiro (PSD), Francisco Gualberto (PT), Jeferson Andrade (PSD), Luiz Mitidieri (PSD), Maria Mendonça (PP), Antônio dos Santos (PSC), Paulinho da Varzinhas Filho (PT do B), Samuel Alves (PSL), Venâncio Fonseca (PP) e Zezinho Guimarães (PMDB). Luciano Bispo (PMDB) e Valmir Monteiro (PSC) retornam ao parlamento, após exercerem mandatos de prefeitos.
Chegam pela primeira vez ao parlamento estadual os novos deputados George Passos (PTC), Padre Inaldo (PC do B), Luciano Pimentel (PSB), Jairo de Glória (PRB), Robson Viana (PMDB), Silvia Fontes (PDT) e Vanderbal Marinho (PTC).
O PMDB, partido do governador Jackson Barreto, terá o maior número de cadeiras no parlamento estadual – quatro. O PSD e o PTC terão três vagas cada um. O DEM, o PT, o PSC e o PP ocuparão duas cadeiras cada um. O PT do B, o PSL, o PC do B, o PSB, o PRB e o PDT terão uma cada um. O deputado Francisco Gualberto (PT) se manterá no comando da base governista e o deputado Samuel Alves (PSL) será o novo líder do bloco de oposição.
Mesa Diretora
Após mais de um mês de muita discussão e arranjos políticos, a eleição da Mesa Diretora deve ocorrer de forma tranquila, com a possível vitória de Luciano Bispo. Tido desde o início como o nome preferencial do governador, embora JB não tenha declarado isso publicamente, Bispo conseguiu costurar a unidade dentro do PMDB, incluindo Garibalde Mendonça, de seu partido, como vice-presidente.
Além disso, a chapa de Luciano conta com o apoio de dois parlamentares do PSD – Jeferson Andrade (1º secretário) e Luiz Mitidieri (4º secretário) –, o que tornou inviável a pretensão de Gustinho Ribeiro, também do PSD, de disputar a presidência. Ele, no entanto, até a conclusão desta reportagem, não havia declarado oficialmente sua desistência.
Na chapa liderada pelo PMDB ainda estão Goretti Reis (DEM) como segunda secretária e Venâncio Fonseca (PP) como terceiro secretário. Partidos como o PT, o PC do B, o PDT, o PSB e até membros da oposição já sinalizaram que votariam no candidato apoiado pelo governador, o que torna praticamente definida a eleição, em favor de Luciano Bispo.
Com a possível vitória de Luciano, os poderes Executivo e Legislativo retornarão ao comando do mesmo partido, o que nunca ocorreu durante os governos de Marcelo Déda (PT). Nos últimos oito anos, a Assembleia Legislativa foi presidida por Ulices Andrade, que era do PDT, e por Angélica Guimarães, que era filiada ao PSC.
Subvenção
Um dos principais temas que o novo parlamento terá que discutir logo no início da legislatura será o uso das verbas de subvenção. Alvo de processos, o repasse de recursos para entidades não governamentais pode ser cancelado pela Justiça, além de, em se confirmando as suspeitas de irregularidades no uso desse dinheiro no ano passado, poderá ocorrer a cassação de deputados reeleitos.
Ao 247, no final do ano passado, Luciano Bispo se mostrou favorável às subvenções. À época, ele frisou que “muitas coisas boas são feitas com essas verbas”. “Ajuda muito a sociedade. Na nossa região já beneficiamos muita gente. A subvenção tem muito mais coisas boas do que ruins”, ressaltou. Mas questionado se manterá a verba, ele preferiu não se antecipar à discussão. “Quem deve conversar sobre isso é quem está no poder. E não nós que estamos chegando ainda. Não quero opinar sobre isso agora não”, frisou.