por Andréa Moura / Jornal da Cidade
Esta semana, o comando do Batalhão de Rádio Patrulha (RP) divulgará um extenso e detalhado relatório sobre a violência nas áreas de atuação da RP, ou seja, nos municípios de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros, como informou o subcomandante do batalhão, o major Vítor Anderson de Moraes Santos. O estudo tem como base cerca de 900 relatórios policiais de ocorrência feitos por integrantes da RP durante a atuação nas ruas, geralmente casos que acabaram sendo encaminhados para a delegacia de polícia ao longo do ano de 2014. Todos os números estatísticos começaram a ser compilados em dezembro do ano passado, por isso, um documento final ainda não foi confeccionado.
E justamente por ainda não estar 100% finalizado é que o major Vítor Anderson disse que ainda não é possível fornecer informações mais detalhadas e contextualizadas sobre o assunto, como por exemplo, qual o bairro da Grande Aracaju que é o mais violento, qual o que apresentou um maior número de casos de roubos ou ações de criminosos usando arma de fogo. O que ele pôde informar, de maneira extraoficial, é que nos 12 meses do ano passado a RP apreendeu 259 armas de fogo, dos mais variados tipos, número bem maior que outros batalhões especializados, a exemplo do 8º Batalhão e do Getam, pois cada um desses dois retirou de circulação 85 armas do mesmo tipo. Foram recolhidas 1.100 munições de vários calibres e mais de mil pessoas detidas.
Os policiais da RP também foram os responsáveis por retirar de circulação 300 quilos de drogas, sendo 280 quilos de maconha e o restante dividido entre crack e cocaína. “Nossa especialidade de atuação é no combate às drogas e armas de fogo, mas claro que se estivermos numa ocorrência e presenciarmos outro tipo de delito iremos agir também. Por exemplo, recuperamos mais de 200 veículos que foram roubados ou furtados, mesmo esta ação não sendo a nossa especialidade. O que queremos com este relatório detalhado é detectar a mancha criminal existente dentro da nossa área de atuação, o que vai ajudar, inclusive, na tomada de decisões quanto ao policiamento”, comentou o major PM.
Esse raciocínio acontece porque sabendo onde o carro foi furtado/roubado e onde ele foi recuperado dá para ser feito um mapeamento, ou um caminho desse tipo de atividade criminosa. Sabendo desse “caminho” pode-se fazer uma intervenção policial mais focada e muito melhor sucedida. O mesmo acontece para outros tipos de delito, como apreensão de armas de fogo. Mas o major Vítor Anderson chama a atenção para um detalhe. Nem sempre o local onde uma arma foi encontrada, por exemplo, é uma área com alto índice de criminalidade, pois muitas vezes onde a arma foi apreendida é, digamos, o ponto de apoio do bandido, que sai para agir em outras regiões.
“Por isso que ainda não posso te dizer qual bairro da capital ou da Grande Aracaju é o mais violento, só depois que finalizarmos o relatório. Porém, de forma empírica e com base no nosso cotidiano, posso dizer que os bairros São Conrado, Novo Horizonte e Cidade Nova são pontos que nos preocupam”, informou o militar. O Bairro São Conrado lidera o ranking de apreensão de arma de fogo.
O major Vitor Anderson acredita que esse levantamento estatístico vai retratar muito bem a realidade, e dessa forma, esclarecer a população sobre os pontos críticos e até mesmo desmistificar ou confirmar conceitos sobre áreas tidas ou não como problemáticas. O Batalhão de Rádio Patrulha completa em dezembro de 2015 cinquenta anos de fundação. Atualmente é composto por 198 homens e na expectativa da incorporação de mais 80 dos 661 que foram formados esta semana.