A notícia do aumento no valor da passagem dos ônibus coletivos da capital e grande Aracaju pegou os moradores de surpresa. O projeto de reajuste foi recebido na Câmara Municipal de Aracaju (CMA) na noite desta terça-feira (16) por volta das 22h e está sendo discutido durante toda esta quarta-feira (17). Caso seja aprovado, o valor das passagens passa de R$ 2,35 para R$ 2,70.
A mudança é considerada abusiva aos diversos movimentos sociais que se manifestaram em frente à sede do legislativo. Demétrio Varjão, representante do “Movimento Não Pago”, considera absurdo o aumento e questiona a ausência de uma explicação convincente por parte do executivo municipal.
“Ficamos sabendo da tentativa de golpe por parte da Prefeitura – que está tentando fazer uma negociata com essa questão pública – sem nenhuma participação popular e viemos buscar um real esclarecimento”, explica.
No entanto, ao buscar esta explicação, Demétrio acabou se envolvendo em uma confusão com o vereador Agamenon Sobral. “Trouxemos um ofício solicitando a suspensão da votação até que a população fosse ouvida. Ao chegar ao plenário, o vereador Agamenon Sobral partiu pra violência, me chamou de vagabundo e outras agressões verbais. Queríamos debater o assunto com seriedade e civilidade, mas a recepção foi essa”, denuncia.
O vereador, de acordo com Demétrio, tem ligação com o empresariado que administra os transportes da capital. Por essa razão, segundo ele, tem tanto interesse no aumento. “A gente repudia esse ato e entendemos que isso deveria ser debatido. Fizemos uma planilha de cálculos e notamos um superfaturamento. Se esses erros forem retirados, o valor da passagem desce para R$ 1,90 e é justamente isso que reivindicamos”, acrescenta.
Varjão garante que, caso o novo reajuste seja aprovado, os movimentos sociais voltarão a se manifestar da mesma maneira que em 2013.
Agamenon Sobral
O polêmico representante do Partido Progressista (PP) usou a tribuna para reafirmar os xingamentos denunciados por Demétrio Varjão. Em sua fala, o vereador deixou claro que os representantes dos movimentos sociais não cooperam com o desenvolvimento da cidade e devem ser tratados como bandidos.
“Estava sentado em meu local de trabalho e o cidadão joga o ofício em minha cara me chamando de ‘bancado por empresários’. Ele me afrontou. E comigo não tem essa. Não sou político que abaixa a cabeça quando o eleitor lhe esculhamba, porque eu faço meu trabalho. Eu cumpro com minha obrigação e, se eu cumpro, debato mesmo. Não tem meio termo”, justifica o vereador.
Agamenon disse ainda que continuará fazendo as denúncias e não mudará seu jeito de fazer política. “Vou seguir fazendo meu trabalho de sempre”, finaliza.
Com informações do A8SE