Bom atendimento, cardápio diferenciado, localização e, principalmente, preço; são esses os atrativos que levam milhares de pessoas para o centro de Aracaju em busca de uma alimentação de qualidade e com preço acessível. O restaurante popular Padre Pedro atende, todos os dias, uma média de 1300 pessoas no almoço e 600 no jantar. Em 2015, há previsão orçamentária para a ampliação das refeições. O número de almoços e jantares servidos deverá passar de 1900 para 2.250, um crescimento de 18,4% que corresponde a mais 350 pessoas atendidas com refeições a preços populares todos os dias.
A diarista Maria Valdecina Santos gostou da novidade. Quando vai ao centro sempre almoça no Padre Pedro, para ela a ampliação do número de refeições servidas vai ajudar ainda mais gente e facilitar o acesso. “Eu acho que esse restaurante aqui é muito bom para o povo, porque a comida é boa, barata. Sempre que eu venho trago minha filha porque a comida é boa, tem carne, salada, suco e eu sei que essas coisas são boas para ela ter saúde”.
O preço módico, de R$ 1,00 por refeição, faz a desempregada Marta Santos da Silva trazer a filha pequena, Vanessa, para o almoço e o jantar no restaurante. Sem renda fixa o pouco dinheiro que ganha fazendo bico garante uma alimentação nutritiva no restaurante popular. “Se não fosse o Padre Pedro eu não sei como ia fazer para dar comida a minha filha. Aqui eu sei que ela come bem e ainda é fácil para conseguir, porque a comida é muito barata. Graças a esse restaurante eu fico tranquila, porque sei que não vai faltar comida para mim e nem para ela”, comemora a desempregada.
Único restaurante popular do país que tem recurso totalmente oriundo do Governo do Estado, o Padre Pedro é administrado pela Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides) e tem um orçamento de R$1, 8 milhões por ano.
O almoço é servido das 11h às 13h. Este ano, no mês de maio, o governo do Estado ampliou o atendimento e incluiu também o jantar, que começa às 17h e vai até as 19h. O cardápio tem dez combinações de alimentos e muda quinzenalmente. Todos dos dias são servidos feijão, arroz, macarrão, salada cozida e crua, sobremesa (doce ou fruta) e suco. Já no cardápio do jantar tem vários tipos de sopas, macaxeira com carne ou frango, cuscuz com acompanhamentos, café e torrada. As refeições oferecidas no restaurante contam com a avaliação permanente de nutricionistas, que inspecionam não apenas a qualidade dos alimentos oferecidos, mas também o equilíbrio de todos os nutrientes necessários à boa saúde do público consumidor.
Foi de olho nessa qualidade que o aposentado Jorge de Hollanda veio conhecer o restaurante. Desde que fez a primeira refeição, no começo do ano passado, não parou mais. Comodidade, comida saudável, supervisionada por profissionais da área de nutrição e ainda preço baixo fizeram seu Jorge decidir pelo restaurante popular como o endereço fixo das suas principais refeições diárias.
“Essa comida é muito boa e eu tenho certeza que se não tivesse o restaurante, muita gente ia passar por dificuldades para ter refeições. Esse trabalho é uma prova de que quando o governo tem projetos sérios é a população que sai ganhando”, disse o aposentado.
Dona Marinalva também vai todos os dias para o centro da cidade na hora das refeições. A aposentada não esconde a gratidão pelo projeto mantido pelo governo do estado. “Eu só digo uma coisa: se não tivesse esse restaurante aqui eu ia passar necessidade. Aqui eu tenho muita comida e não gasto muito foi a melhor coisa que já fizeram pelo povo”.
Uma das características dos restaurantes populares é a facilidade de acesso aos serviços. E para que ele alcance a população de extrema pobreza e insegurança alimentar deve estar localizado em áreas estratégicas e de grande fluxo de pessoas. O Padre Pedro segue esse critério à risca, está localizado na Avenida Carlos Firpo, bem no centro da capital. Quem trabalha na área central da cidade nem precisa voltar para casa na hora das refeições. A autônoma Sônia de Jesus almoça todos os dias no restaurante e ainda economiza o dinheiro que ganha no trabalho, ela fala de preço e qualidade como os principais motivos para fazer as refeições no Padre Pedro “Se esse restaurante é bom? Ele é maravilhoso! Você não imagina o que é para um trabalhador conseguir comer bem gastando tão pouco. Melhor que isso só se tivesse um desse em cada cidade, eu nunca vi uma pessoa que come aqui reclamar”.
Uma medida do Governo do Estado vai garantir que os pequenos produtores também saiam ganhando com o projeto do restaurante popular. A Seides deve incluir uma cláusula no contrato de fornecimento de alimentos para o Restaurante Padre Pedro, que vai fortalecer a agricultura familiar em Sergipe. A ideia é que 30% da compra dos produtos servidos no almoço e no jantar por parte da empresa que abastece o restaurante sejam oriundos da agricultura familiar. A medida representa mais um avanço para promover o aumento da produção e a elevação da renda da família produtora rural.
Fonte: Secom