Pernambuco 247 – O apoio do PSB ao candidato tucano Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições presidenciais parece mesmo ter afetado os brios do PT. Em um texto intitulado “PSB Adere ao Socialismo de Direita” postado no site oficial do partido, a legenda acusa os antigos aliados de “ignorar a própria história” além de “optar por ser linha auxiliar do PSDB no segundo turno das eleições”.
Na postagem, o PT critica também o PPS e afirma que, agora, os dois partidos passam a “fazer parte do inusitado grupo de socialistas brasileiros que apoiam candidatos conservadores vinculados a interesses da direita brasileira”.
O texto começa fazendo referência a um dos maiores nomes do PSB, o ex-governador Miguel Arraes, que era avô também ex-governador Eduardo Campos, que faleceu em um acidente aéreo em agosto deste ano, em Santos, litoral paulista. “É o primeiro revés à direita do partido, criado em 1947, cujo principal expoente, o falecido ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, foi um combativo político contra a ditadura militar instaurada pelo golpe de 1964″, ressalta a postagem.
O texto pontua, ainda, que a decisão de apoiar o PSDB no segundo turno foi tomada pela maioria dos diretórios estaduais. “Apenas os diretórios da Paraíba e do Amapá foram liberados da decisão. Nos dois estados, os governadores são do PSB e tentam a reeleição com o apoio do PT”, diz o material.
“A partir de agora, a exemplo do PPS, o PSB passa a fazer parte do inusitado grupo de socialistas brasileiros que apoiam candidatos conservadores vinculados a interesses da direita brasileira, como a redução do Estado, a defesa do latifúndio e a submissão ao receituário do Fundo Monetário Internacional (FMI)”, finaliza a postagem.
No início do ano, uma outra postagem feita pelo PT azedou a relação entre as duas legendas em função das críticas contra Campos. Na ocasião, o ex-governador foi taxado de “playboy mimado” e que se Miguel Arraes estivesse vivo “morreria de desgosto”. O texto só não observa que quando Arraes assumiu o Governo de Pernambuco, após o fim da ditadura militar e com o seu consequente retorno do exílio, o PT estava na oposição ao governo do socialista.