O adolescente de 17 anos apontado como autor da tentativa de homicídio contra o professor de Biologia, Carlos Cristian de Almeida, no Colégio Olga Barreto, no conjunto Eduardo Gomes, em São Cristóvão, foi apresentado pela família na manhã desta quarta-feira, 20, no Departamento de Homicídio de Proteção a Pessoa (DHPP). O menor é estudante do 8º ano da instituição e teria se revoltado com o professor por causa de uma prova.
De acordo com a delegada Thereza Simony, no dia 7 de agosto o aluno foi submetido a um teste feito pelo professor a partir de uma revisão dada em sala de aula. Ocorre que o estudante achava que as questões que seriam abordadas na prova seriam idênticas a que ele estudou na revisão. “Como as questões da prova foram diferentes, o adolescente se sentiu prejudicado e não fez o teste. Na segunda-feira, dia 11, ele voltou a procurar o professor e pediu nova oportunidade, que foi negada. Ele também foi a direção do colégio e foi informado que o professor tem autonomia para realização dos testes”, explicou.
Na terça-feira, dia 12, ele foi novamente conversar com o professor e recebeu e novamente teve a confirmação de que não seria possível mais uma chance. “Ocorre que neste dia ele foi ao colégio já para matar o professor, pois nem o material escolar ele levou. Na sala de professores ele sacou o revólver e desferiu cinco tiros contra Cristian e depois fugiu. A vítima ficou consciente e passou o nome do autor e o motivo do crime para os colegas e os socorristas”.
Em depoimento, o infrator disse que passou por um canal jogou a arma e depois encontrou um colega que lhe deu apoio para continuar foragido. O menor também informou que comprou a arma por R$ 500,00 na Feira das Trocas e que conseguiu o dinheiro trabalhando como servente de pedreiro na região de São Cristóvão.
Thereza ressaltou que a atitude de extrema violência do rapaz não condiz com o perfil de jovem trabalhador e estudioso traçado por colegas, parentes e até mesmo pela instituição de ensino onde estuda. “Levantamos a ficha do adolescente e descobrimos que ele não tem passagem pela polícia, tem poucos amigos, não tem envolvimento com drogas, tem bom relacionamento com colegas de classe e trabalha regularmente na construção civil. Para nós foi uma surpresa verificar essas informações”, destacou.
Inquérito
O inquérito policial será concluido nos próximos 10 dias e será remetido ao juiz da Comarca de São Cristóvão, que autorizou a apreensão provisória do menor pelos próximos 45 dias. Após prestar depoimento, acompanhado do advogado, o jovem foi encaminhado à Delegacia Especial de Proteção a Criança e Adolescente (Depca) e de lá será remetido a Unidade Sócioeducativa de Internação Provisória (Usip).
Até o encerramento do inquérito, a delegada pretende ouvir o porteiro da escola, professores, alunos e o próprio professor Cristian caso sua saúde permita. Temos a informação de que o professor continua internado na Unidade Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Urgência de Sergipe. Dois tiros atingiram o professor de raspão e outros três acertaram partes do corpo.
Assessoria de Comunicação
Secretaria da Segurança Pública