A internação de um homem de origem africana no Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) gerou informações de um suposto caso de infecção pelo vírus ebola, o que prontamente foi descartado pelo infectologista da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Marco Aurélio Góes.
De acordo com o médico, o homem está há dois meses no Brasil e não possui endereço fixo. “Ele está no Pronto-Socorro do hospital e recebe cuidados básicos destinados a quem está com a alimentação irregular e por isso com saúde fragilizada. Foi descartada qualquer possibilidade de ser algo tão grave. Até porque ele é da Africa do Sul, onde o vírus não foi detectado”, diz.
Em nota oficial a Vigilância Epidemiológica detalhou sobre o que é considerado suspeita do vírus e a sua procedência:
A Diretoria Estadual de Vigilância Epidemiológica informa que está alerta para a identificação da possibilidade de qualquer caso suspeito de ebola, para a realização das medidas de controle, e que até o momento não há nenhum caso suspeito no estado de Sergipe.
Considera-se CASO SUSPEITO de EBOLA pessoas procedentes, nos últimos 21 dias, de país com transmissão atual de EBOLA (Libéria, Guiné e Serra Leoa) que apresente febre de início súbito, podendo haver hemorragias.
Reforçamos que a transmissão no continente africano tem sido limitado a três países, principalmente em localidades rurais.
O vírus Ebola foi identificado pela primeira vez em 1976, no Zaire (atual República Democrática do Congo) e, desde então, tem produzido vários surtos no continente africano. Esse vírus foi transmitido para seres humanos que tiveram contato com sangue, órgãos ou fluidos corporais de animais infectados, como chimpanzés, gorilas, morcegos-gigantes, antílopes e porcos- espinhos.
Pelas características da infecção pelo Ebola, a possibilidade de ocorrer uma disseminação global do vírus é muito baixa. Desde sua descoberta em 1976, o vírus tem produzido, ocasionalmente, surtos em um ou mais países africanos, sempre muito graves pela alta letalidade, mas, autolimitados.
A seriedade do atual surto é a sua extensão, atingindo três países e a demora em se atingir seu controle. Isso ocorre pela precariedade dos serviços de saúde nas áreas em que ocorre a transmissão, que não dispõem de equipamentos básicos de proteção aos profissionais de saúde e aos demais pacientes, bem como pelas práticas e tradições culturais de manter pacientes em casa, inclusive escondendo sua condição das autoridades sanitárias, e a realização de rituais de velórios em que os parentes e amigos têm bastante contato com o corpo do falecido.
Representantes da Secretaria de Estado de Saúde de Sergipe participaram no dia 06/08/2014 de vídeo conferência com o Ministério da Saúde e demais Secretarias da Saúde dos demais estados, para discussão da situação mundial, onde houve a confirmação de que, até o momento, não há nenhum caso suspeito no Brasil e que, apesar de remota a possibilidade de casos, o sistema de vigilância epidemiológica nacional deve ficar alerta.
Com informações do G1SE