A delegada de Itaporanga D’Ajuda, Mariana Amorim, ouviu na manhã desta quinta-feira (31) em Maceió (AL) as quatro irmãs: uma de seis, a outra de sete, uma de nove e a mais velha de 11 anos que teriam sido vítimas de uma possível rede de pedofilia existente no município sergipano. O caso veio a tona após o pai das meninas ter denunciado ao Conselho Tutelar da 7ª Região em Maceió (AL), que as crianças teriam sido “alugadas” pela própria mãe. Um suposto padrasto das garotas também teria abusado delas.
Apesar de ter o áudio dos primeiros depoimentos das meninas dados ano passado a uma delegada alagoana, Mariana Amorim quis ouvir pessoalmente cada uma delas. Ela chegou à Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente em Maceió, por volta das 10h, mas não quis falar com a imprensa. No primeiro andar do prédio, ela ouviu as meninas, na companhia de um conselheiro tutelar de Itaporanga, uma assistente social e de uma psicóloga.
Na semana passada, em entrevista coletiva, a delegada sergipana Mariana confirmou oficialmente que o laudo pericial do Instituto Médico Legal de Alagoas comprovou a não violência sexual contra as quatro garotas.
A denúncia
Os relatos das meninas feitos a uma psicóloga, indicada pelo Conselho Tutelar em Maceió (AL), e ao próprio pai são estarrecedores. Elas contaram que teriam sido estupradas por mais de dez vezes pelo namorado da mãe. Segundo elas, uns homens buscavam as meninas em casa e as levavam até uma fazenda em Itaporanga, onde ocorriam os abusos. Durante as práticas, as garotas teriam recebido injeções, com anestésicos, nas vaginas.
Conselheiro Tutelar
O conselheiro tutelar Fernando Silva, que acompanhou de perto a denúncia movida pelo pai das vítimas, também esteve presente na delegacia. Ele disse ter ficado intrigado com o fato de não ter sido autorizado a acompanhar a reunião já que o caso teria começado em Alagoas. “Ela [a delegada] trouxe pessoas que não conhecem o fato, e impediu a minha entrada. Então acho complicado, já que não entendo por quais motivos”, disse Fernando.
Ainda de acordo com o conselheiro, o caso é antigo, de agosto de 2013, quando a denúncia teria sido entregue à Secretaria de Segurança de Sergipe. “De lá pra cá eles não fizeram nada, mas não foi culpa da polícia daqui que fez tudo certo. Fica aí o mistério”, afirmou.
O conselheiro disse ainda que o laudo emitido pelo Instituto Médico Legal (IML), na época, teria constatado que as meninas sofreram “atos libidinosos”. “O mesmo laudo que tive acesso a delegada teve também”, garante o conselheiro. A delegada afirmou em Sergipe, no último dia 29, que o laudo não apontava conjunção carnal e, portanto, não poderia ser caracterizado o abuso sexual.
Fernando revelou ainda à reportagem que as crianças teriam reconhecido por foto alguns dos acusados no crime. A polícia sergipana teria adotado uma linha de investigação tomando como base o depoimento da mãe das filhas que acusa o pai do crime.
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Com informações do TNH1