O casal que sobreviveu ao desabamento do prédio no fim de semana em Aracaju, prestou depoimento ontem à polícia. O delegado Walter Simas, que investiga o caso, disse que o pedreiro Josivaldo da Silva e a dona de casa Vanice de Jesus também fizeram exames de corpo de delito no IML. Eles ficaram soterrados durante 34 horas com dois filhos, o mais novo sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu após o resgate.
O delegado disse também que já ouviu o dono do prédio, mas não deu detalhes. “O engenheiro da obra, testemunhas, vizinhos e funcionários também serão ouvidos, mas não vamos dar detalhes ainda para não prejudicar a investigação. Não há prazo para a conclusão do inquérito”, explica.
“Fomos chamados e conversamos sobre o que houve no dia do desabamento, mas o delegado pediu que a gente não comentasse”, disse Josivaldo.
Alta médica
Josivaldo da Silva e Vanice de Jesus receberam alta médica na quarta-feira (23). A filha de Vanice, Ane Gabriele de Jesus, que também estava internada no Hospital de Urgência de Sergipe, foi liberada na terça-feira (22). O corpo do bebê foi sepultado na tarde da quarta-feira, no Cemitério João Batista, em Aracaju.
Em seu primeiro momento com a família, Josivaldo agradeceu as equipes de resgate e o acolhimento. “Sou grato primeiramente a Deus, mas é maravilhoso ver todos da minha família me dando apoio. Quero agradecer também a todas as pessoas que trabalharam para salvar a minha família e oraram por nós”.
Ele lembrou também o drama que passou e falou ao G1 que quando a laje começou a desabar ele tento proteger a esposa e as crianças. “Foi tudo muito rápido e quando percebi que ia desabar, coloquei a minha perna para suportar a laje. Estou bem de saúde, mas ainda sinto dores na perna porque o tombo foi grande”, garante.
Josivaldo encerrou fazendo planos para o futuro. “A vida segue e vamos fazer valer. Fiz promessas pedindo que Deus nos salvasse e agora temos que agradecer de alguma forma. Quero trabalhar e ficar junto com a minha família para esquecer essa tragédia”.
Desabamento
O prédio que desabou em Aracaju na madrugada do sábado (19) e deixou o servente de pedreiro, Josevaldo da Silva, 24, sua mulher, Vanice de Jesus, de 31 anos, a enteada do pedreiro Ane Gabriele de Jesus, de 8 anos e o filho do casal de 11 meses, Ítalo Miguel soterrados por mais de 34 horas possuía um andar a mais do que o previsto pelo projeto original, segundo o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE), Jorge Roberto Silveira.
Após um trabalho intenso de equipes do Corpo dos Bombeiros, Defesa Civil, Força Nacional e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) a família foi resgatada com vida, mas o bebê sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu a caminho do hospital.
Segundo o coronel Reginaldo Dórea, comandante do Corpo de Bombeiros um dos destaques da operação foi a utilização de cães farejadores. “Isso foi determinante. Eles nos deram a localização exata do ponto onde as vítimas estavam”, destacou.
A Policia Civil está investigando as causas do desabamento e vai concluir os trabalhos após análise de relatórios do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea), Instituto de Criminalística e do Corpo de Bombeiros.
Com informações do G1SE