por Diógenes Brayner, Correio de Sergipe e Portal Fax Aju
Armando Batalha, as chapinhas e as conversas. (Foto: Júnior Ramalho/Ascom/PMSC)
O presidente regional do PRP, ex-deputado estadual e ex-prefeito de São Cristóvão Armando Batalha, há tempo que vinha trabalhando pela formação de uma chapinha para candidatos a deputado estadual da aliança comandada pelo governador Jackson Barreto (PMDB), que disputa a reeleição.
Entre esses candidatos estaria o seu filho Armando Batalha Junior.
A decisão do PDT em apoiar Jackson Barreto ao Governo, anunciada através do prefeito de Nossa Senhora do Socorro, Fábio Henrique, deixou Armando Batalha atônito. Não pela adesão, mas pela exigência de participação da chapinha, cuja candidata seria Silvia Fontes (PDT). Quando isso foi levado à discussão, Armando se apressou em tirar o time de campo e partiu para conversas com o bloco liderado por Edvan Amorim (PR).
O senador Valadares (PSB), a quem Armando Batalha sempre foi aliado, correligionário e vizinho, junto com o presidente regional do PSB, Valadares Filho, o convenceram a retornar ao bloco do qual ele sempre participou. Houve a garantia de que o PDT não faria parte da chapinha. Recuou e voltou a fechar com o bloco liderado pelo governador. Em vão, depois chegou o PDT e se fixou definitivamente.
A presença de Silvia Fontes e do Padre Inaldo (PCdoB) fez com que Armando Batalha avaliasse a sua situação. Constatou que com a entrada do PDT a chapinha faria apenas dois deputados, que seriam Silvia e Inaldo. Sem o PDT havia chance real de eleger seu filho, Armando Batalha Junior.
Para que o PRP permanecesse no bloco, prometeram que dariam uma compensação para ajudar na eleição de Junior, mas até agora nada. Na quarta-feira a paciência se esgotou e Armando anunciou a retirada da candidatura do filho, de forma irrevogável. Uma das razões para o imediatismo foi a informação que chegou aos ouvidos do ex-prefeito, de que Fábio Henrique estaria seduzindo e tirando vereadores que já tinham fechado com ele.
Isso teria sido a gota d’água…
Quinta-feira à noite Armando recebeu em seu apartamento, em Aracaju, o vizinho Antônio Carlos Valadares, acompanhado do deputado federal Valadares Filho (ambos PSB). Uma conversa longa, mas até então inútil. Batalha teria dito ao senador que, mesmo dentro do chapão, o PSB corria o risco de não eleger ninguém para a Assembléia Legislativa. E mais: avisou que Luciano Pimentel, um dos candidatos a deputado estadual do PSB, estava com vontade de desistir da disputa, por falta de condições de competir dentro do chapão.
Armando Batalha disse ainda que o deputado estadual Zezinho Guimarães, que disputa a reeleição pelo PMDB, também queria desistir. Mas deram a ele uma injeção de ânimo, como o apoio do prefeito de Estância, Carlos Magno. Também veio socorro para o vereador Robson Viana, candidato a estadual pelo PMDB, com a liberação de Aquidabã, e a Jefferson Andrade (PSD, que tenta a reeleição, o apoio total em Laranjeiras.
Na sexta-feira pela manhã, bateu à porta do ex-prefeito Armando Batalha um mensageiro de Edvan Amorim, perguntando se ele toparia uma conversa. Não teve problema: duas horas depois estavam reunidos e o assunto foi a sua participação no bloco de oposição. Não se definiu, mas outras conversas devem acontecer nos próximos dias.
Batalha tem dito a aliados que não entrará em campanha política como simples figurante e, para mostrar que mantém a palavra, vai esperar até quarta-feira próxima pela compensação prometida. Depois disso se sentirá à vontade para tomar outras decisões e admite que tudo isso faz parte da regra do jogo.
O filho não será mais candidato a deputado estadual caso não se ofereça a tal compensação, mas é possível que tome outro rumo porque também sente que o seu grupo não é interessante para a aliança que ele ainda pertence.
A política é muito mais dinâmica do que parece…
ATENÇÃO
O ex-prefeito de São Cristóvão, Armando Batalha (PRP), voltou a trocar galanteios com o grupo liderado pelos Amorins, assim como fez há um mês.
