Dos 75 municípios sergipanos, 45 realizam o Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) periodicamente por conta da quantidade de imóveis. Desses, 32 já enviaram o resultado do último levantamento realizado em maio. Os demais têm até o final do mês para enviar os resultados. O resultado parcial mostra que 11 municípios estão em alto risco de uma epidemia de Dengue (14,6%), 18 estão considerados como de médio risco (24%) e 3 estão em baixo risco (4%).
Dos municípios considerados de alto risco e que já realizaram o novo LIRAa estão: Areia Branca (com índice de infestação 13,3%), Simão Dias (10,5%), Itabaianinha, (8,6%), Pinhão (7,8%), Nossa Senhora Aparecida (6,4%), Nossa Senhora da Glória (5,9%), Tobias Barreto (5,6%), Campo do Brito (4,3%), Itaporanga D’Ajuda (4,1%), Porto da Folha (4%) e Umbaúba (3,9%).
Ainda segundo o resultado parcial do levantamento, dos 18 municípios considerados de médio risco estão: Lagarto (3,8%), Carmópolis (3,7%), Salgado (3,6%), Itabaiana (3,6%), Boquim (3,5%), Barra dos Coqueiros (3,5%), Capela (3,3%), Poço Verde (2,9%), Frei Paulo (2,9%), Laranjeiras (2,8%), Malhador (2,8%), Aquidabã (2,6%), Ribeirópolis (2,3%), Japaratuba (1,7%), Cedro de São João (1,6%), Riachuelo (1,6%), Santo Amaro das Brotas (1,3%), Moita Bonita (1%).
Já os três municípios sergipanos que realizaram o último LIRAa e foram considerados de baixo risco são: Nossa Senhora do Socorro (0,8%), Estância (0,9%), Canindé do São Francisco (0,4%). “Anualmente são realizados 06 LIRAa em Sergipe. Os municípios que não realizam o LIRAa desenvolvem um outro tipo de atividade para identificação dos índices de infestação. Chamamos a atenção para os municípios em alto risco e que ainda não tiveram casos notificados de Dengue, que façam uma busca ativa e façam uma avaliação junto à Atenção Básica municipal”, comenta Sidney Sá, coordenadora do Núcleo de Endemias da Secretaria de Estado da Saúde (SES), reforçando ainda que “a participação dos municípios no LIRAa também contribui para a melhoria deste quadro”.
Segundo o Boletim Epidemiológico do Núcleo de Endemias da SES, de janeiro até o dia 07 de maio de 2014, foram notificados em Sergipe 906 casos de Dengue, com 293 confirmações e 02 óbitos, ainda em investigação e, portanto, sem confirmação.
“A investigação compulsória dos casos notificados, confirmados e até os óbitos suspeitos por Dengue nos municípios é feita pelas próprias Vigilâncias Epidemiológicas das Secretarias Municipais de Saúde. É a Vigilância Municipal que tem a responsabilidade de notificar o caso no sistema de informação e automaticamente informar à Vigilância Estadual. Até o momento, dos casos notificados e confirmados, não há registro de Dengue Hemorrágica em Sergipe. Mesmo assim, a SES orienta aos gestores municipais que façam as investigações de casos suspeitos, o levantamento e sempre reforcem o trabalho de controle nas áreas de moradias”, complementa Sidney Sá.
Segundo dados do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, até o dia 3 de maio, foram notificados 394.614 casos de dengue, contra 1.218.306 em 2013, o que representa queda de 67,6%. Os casos graves da doença também caíram 56% no período. Foram confirmados 2.478 casos graves, contra 5.674, em 2013. Os óbitos da doença diminuíram 78% em relação a 2013. Este ano, foram confirmados 104 óbitos contra 463 no último ano.
A Brigada Itinerante, considerada a tropa de elite do combate à Dengue, é um trabalho de parceria entre as Secretarias Estadual e Municipais da Saúde, que dá todo o suporte necessário para o combate ao vetor transmissor da doença. Através dela, os profissionais realizam visitas habituais às residências e em terrenos baldios, conversam com munícipes e orientam sobre cuidado, prevenção e diagnóstico da doença.
Em Sergipe, de janeiro a maio de 2014, 14 municípios foram visitados com a inspeção de 48.465 imóveis. Nesse período, foram destruídos 63.368 focos. Foram realizados também tratamentos focais com uso de larvicida em 12.232 criadouros.
“Os criadouros do Aedes aegypti estão em depósitos domiciliares, no próprio lixo, em ralos, calhas, vasos de planta, copos descartáveis. Até mesmo uma casca de ovo e uma pequena tampa de garrafa podem acumular larvas do mosquito. O período chuvoso e a permanência de temperaturas elevadas, com chuvas durante à noite e sol ao longo do dia, tornam o ambiente propício à proliferação do mosquito”, explica Sidney Sá.
E as ações de combate à Dengue são constantes em todo o Brasil. No final de 2013, o Ministério da Saúde destinou recursos de R$ 363,4 milhões para os Planos de Combate a Dengue dos municípios brasileiros. São recursos destinados para vigilância, prevenção e controle da doença. Além disso, estados e municípios receberam do Ministério 100 mil kg de larvicidas (produto para matar a larva do mosquito), 227 mil litros de adulticida (inseticida para matar o mosquito) e 10,4 mil kits para diagnóstico.
“O combate à Dengue deve ser uma ação parceira entre todos. A população contribui eliminando os criadouros do mosquito em suas casas. Já os municípios devem ir até o caso suspeito para fazer a investigação completa. Todos devem fazer a sua parte. Os munícipes cobrando dos gestores locais a limpeza adequada de ruas, canais, praças, cemitérios, o recolhimento correto e regular do lixo, e a busca ativa dos casos suspeitos”, complementa Sidney Sá.
A coordenadora lembra ainda que “o Carro Fumacê, que atua especificamente na eliminação das fêmeas de Aedes aegypti, deve ser utilizado somente para bloqueio de transmissão de casos de Dengue e para controle de epidemias. Ele compõe um conjunto de atividades emergenciais e o uso deve ser aliado às demais ações de controle feitas pelos agentes de saúde dos municípios. É de responsabilidade das Vigilâncias Municipais realizar ações de controle focal, de destruição e tratamento do foco dos mosquitos, além de informar ao Estado os dados suspeitos, notificados e confirmados”.
Fonte: Ascom SES